O representante especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi:" Eu não renunciei. Todo dia que me levanto penso que teria que fazê-lo, mas por enquanto não renunciei", afirmou Brahimi. (GettyImages)
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2013 às 15h29.
Nações Unidas - O representante especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, disse nesta sexta-feira que "por enquanto" não tem intenção de renunciar e negou ter diferenças com a organização de países árabes.
"Quem lhe disse isso? Eu não renunciei. Todo dia que me levanto penso que teria que fazê-lo, mas por enquanto não renunciei", respondeu Brahimi à imprensa depois de comparecer a portas fechadas no Conselho de Segurança da ONU para falar do conflito civil na Síria.
O veterano diplomata argelino repercutiu assim as informações que apontavam para sua intenção de jogar a toalha perante a falta de avanços nos esforços de mediação que começou em agosto do ano passado.
"É a primeira vez que ouço que vou ficar outros três meses", insistiu Brahimi, perante as perguntas dos jornalistas sobre seus planos de futuro, e acrescentou que "já disse tudo o que tinha que dizer" a respeito.
O diplomata negou ter diferenças com a Liga Árabe por causa de sua posição sobre o conflito na Síria, depois que o grupo de países árabes decidiu reconhecer os líderes opositores como representantes legítimos do povo sírio.
Brahimi negou também ter recebido instruções do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para tentar convencer o regime de Damasco para que permita o trabalho da missão técnica designada para investigar o possível uso de armas químicas.
"Não me pediram para intervir", reiterou o diplomata argelino, que assumiu no semestre passado as rédeas da mediação internacional na Síria, após a renúncia do ex-secretário geral da ONU Kofi Annan.
Além disso, Brahmini disse que em seu discurso para os 15 membros do principal órgão de decisão da ONU lhes reiterou que a situação nesse país é "extremamente séria" e pediu que a crise seja levada "a sério" porque "não há tempo a perder".
"Acho que não é preciso um plano Brahimi, o que é preciso é um plano sírio, e é o que estou tentando em meus contatos com o Governo e a oposição, e no Conselho de Segurança, especialmente com Estados Unidos e Rússia", acrescentou.
A Síria vive há mais de dois anos uma situação de guerra civil que tirou a vida de mais de 70 mil pessoas, além de deixar milhões de deslocados internos e refugiados, segundo números da ONU.