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Brahimi diz a Conselho de Segurança que Assad acatará trégua

O representante especial da ONU advertiu que a situação continua se "deteriorando" e que as violações dos direitos humanos continuam intensas entre ambos os lados


	Lakhdar Brahimi: "Houve um acordo por parte do governo sírio (de cessar-fogo) durante o 'Aid'", disse o emissário internacional para a Síria
 (©AFP / Dalati & Nohra)

Lakhdar Brahimi: "Houve um acordo por parte do governo sírio (de cessar-fogo) durante o 'Aid'", disse o emissário internacional para a Síria (©AFP / Dalati & Nohra)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 18h18.

Nações Unidas - O representante especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, informou nesta quarta-feira ao Conselho de Segurança que o regime de Bashar al Assad aceitou sua proposta de cessar-fogo temporário e que Damasco deverá realizar o anúncio oficial amanhã.

"Brahimi disse que o presidente Assad aceita a proposta de trégua e que espera o anúncio formal por parte de Damasco, o qual deve ser anunciado amanhã", afirmaram hoje à agência Efe fontes diplomáticas do Conselho de Segurança após o término do discurso do mediador internacional perante o Conselho através de uma videoconferência.

Brahimi também informou o principal órgão de segurança da ONU sobre sua última visita à Síria e aos outros países da região, onde chegou com a missão de convencer as partes envolvidas sobre a necessidade de um cessar-fogo durante a festividade muçulmana de Eid al Adha (Festa do Sacrifício), que começa nesta sexta-feira.

"Após minha visita a Damasco, houve um acordo por parte do governo sírio (de cessar-fogo) durante o "Aid" e, neste sentido, as autoridades de Damasco devem se pronunciar oficialmente hoje ou amanhã", assinalou Brahimi, que ressaltou que a maioria dos "grupos combatentes", em alusão aos rebeldes, também aceita a trégua.

As mesmas fontes diplomáticas explicaram à Agência Efe que o mediador internacional se mostrou pessimista sobre a possibilidade desta trégua temporária não ocorrer, já que "não há confiança" entre o regime e os rebeldes opositores. As "dúvidas" sobre o que poderá ocorrer após a trégua também afligem ambos os lados.

Durante seu discurso perante o Conselho, realizado através de uma videoconferência direta de Cairo, Brahimi advertiu que a situação continua se "deteriorando", que as violações dos direitos humanos continuam intensas entre ambos os lados e que há um "sério risco" de uma "espiral dramática" contagiar a região.

Concretamente, o mediador internacional detalhou que só no mês de outubro 48 mil pessoas fugiram da Síria buscando refúgio nos países vizinhos.


Ao término das consultas no Conselho, o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse à imprensa que Moscou, principal aliado de Bashar Al Assad na comunidade internacional, tem "indicações" de que o governo sírio "vai aceitar a proposta" de cessar-fogo de Brahimi e que "haverá um comunicado nesse sentido amanhã".

A proposta de trégua temporária já conta com o respaldo do Conselho de Segurança, que hoje emitiu um comunicado de imprensa pedindo à comunidade internacional e aos atores regionais exercer sua influência entre ambas as partes do conflito para facilitar o cessar-fogo e a cessação de hostilidades.

"Damos boas-vindas a esta importante e apropriada iniciativa do representante especial de buscar uma trégua durante a Festa do Sacrifício", afirmou perante a imprensa o presidente rotativo do Conselho de Segurança, o embaixador guatemalteco Gert Rosenthal, em nome de seus 15 membros.

Segundo dados da ONU, a crise na Síria, que foi iniciada em março de 2011, já causou até o momento mais de 25 mil mortes, enquanto mais de 250 mil tiveram que buscar refúgio em países vizinhos e 2,5 milhões de pessoas seguem necessitando de ajuda humanitária. 

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