Vazamento de petróleo é a a pior catástrofe ambiental dos Estados Unidos (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Grand Isle, Estados Unidos - Os engenheiros da British Petroleum (BP) conseguiram aumentar em 60% a quantidade de petróleo recuperada por dia no Golfo do México, informou a companhia petrolífera britânica, após várias tentativas fracassadas de deter a pior catástrofe ambiental dos Estados Unidos.
No entanto, um volume significativo continua vertendo para o mar e o comandante da Guarda Costeira, almirante Thad Allen, que coordena os trabalhos, afirmou que a maré negra se estende por um raio de 320 km ao redor do duto danificado e se dividiu em milhares de pequenas manchas.
"O vazamento se estende por um raio de 320 km ao redor do poço danificado, e não é um derramamento isolado", disse Allen.
"Literalmente há centenas de milhares de vazamentos menores", declarou o comandante à emissora ABC News.
"É uma luta traiçoeira, porque está atacando - você sabe - quatro estados ao mesmo tempo e vem de diferentes direções, dependendo do clima", acrescentou Allen.
Em declarações à CBS, Allen evitou estimar o percentual de óleo que está sendo capturado pelo dispositivo instalado pela companhia BP, afirmando apenas que estes números ainda estão sendo avaliados.
Falando à emissora de rádio e TV britânica BBC, este domingo, o diretor da BP, Tony Hayward, disse o "funil" instalado para conter o vazamento está recuperando 10.000 barris de petróleo por dia, afirmando que se trata, "provavelmente, da grande maioria" do petróleo que escapa do duto.
Informes precedentes indicavam que o volume capturado chegaria a 6.000 barris diários.
Hayward acrescentou que esperava que outro sistema de contenção, previsto para ser instalado na próxima semana, ajude a recuperar "a enorme maioria" do petróleo, sem dar dados concretos.
Apesar de estimulantes, os dados são diminuídos se comparados com as estimativas de que do poço danificado continuam vazando para o mar cerca de 19.000 barris diários de petróleo.
O último esforço para deter o vazamento incluiu o chamado "funil", posicionado no local do escapamento e que permite recolher o óleo e extrai-lo para um navio-tanque na superfície.
Trata-se de uma versão modificada dos esforços precedentes feitos pela BP, responsável pela catástrofe, que há seis semanas tenta conter o vazamento de petróleo, resultante da explosão da plataforma Deepwater Horizon, em 20 de abril, e seu posterior afundamento no Golfo do México.
As tentativas anteriores fracassaram porque a temperatura baixa da água e a alta pressão no local do escapamento, a 1.500 m de profundidade, provocaram a formação de um sedimento que impede a extração do petróleo.
O "funil" foi redesenhado com válvulas que podem fechar-se lentamente, ajudando a evitar a concentração de hidratos gasosos - similares a cristais de gelo -, que condenaram a primeira tentativa.
De qualquer forma, os especialistas afirmam que a última solução consiste em fazer uma perfuração que ajudará a inserir sedimentos e cimento no local de escapamento para tampá-lo definitivamente.
A BP está fazendo duas perfurações e estima que estejam prontas no começo de agosto.
Notícias mais otimistas dos esforços por deter o vazamento são aguardadas nos quatro estados afetados pela catástrofe.
O presidente americano, Barack Obama, comprometeu-se no sábado, em sua fala semanal por rádio, a usar "todos os recursos" ao seu alcance para ajudar os afetados.
"Continuaremos recorrendo a qualquer recursos à nossa disposição para proteger as linhas costeiras, tirar o petróleo, obrigar a BP e outras companhias a assumir a responsabilidade pelos danos", disse.
Em artigo publicado na edição deste domingo, com base em novos documentos do governo e da BP e em declarações de testemunhas, o New York Times destacou que a frouxidão dos organismos públicos encarregados de controlar as operações da plataforma e as exceções às normas aumentaram os riscos e as probabilidades do desastre;
Fragmentada em manchas menores, a maré negra agora ameaça os estados de Alabama, Mississippi e Flórida, após contaminar mais de 200 km da costa da Luisiana.