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BP cimenta poço danificado e prepara fim de vazamento

Houston - A BP acabou de cimentar nesta quinta-feira o seu poço Macondo, vedando o pior vazamento de petróleo na história mundial, e abrindo caminho para o fim definitivo do acidente ainda neste mês. Depois de injetarem lama pesada no poço, dias atrás, os técnicos passaram a quinta-feira inteira cimentando o poço a 1.600 metros […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

Houston - A BP acabou de cimentar nesta quinta-feira o seu poço Macondo, vedando o pior vazamento de petróleo na história mundial, e abrindo caminho para o fim definitivo do acidente ainda neste mês.

Depois de injetarem lama pesada no poço, dias atrás, os técnicos passaram a quinta-feira inteira cimentando o poço a 1.600 metros de profundidade. A boca do poço, que estava danificada por uma explosão em 20 de abril, já havia sido provisoriamente tampada em meados de julho.

"Isto não é o final, mas irá virtualmente nos assegurar de que não há óleo vazando no meio ambiente", disse em Washington o almirante da reserva Thad Allen, principal autoridade dos Estados Unidos envolvida no caso.

"O monitoramento do poço está em andamento, a fim de confirmar a eficácia do procedimento", disse a BP em nota.

A chamada "morte estática", que consiste em sufocar o vazamento por cima, será complementada com uma "morte por baixo" -- através de galerias auxiliares que estão sendo escavadas, os técnicos irão injetar mais lama e cimento diretamente no reservatório de petróleo, 4.000 metros abaixo do leito marinho.

"Irei declarar que este poço está morto quanto tivermos interceptado o espaço anular (entre o duto do poço e a rocha ao seu redor) e tivermos avaliado quanta lama ou cimento precisamos fazer (jogar) a partir do fundo para finalmente matar este poço", disse Allen.

Allen disse que a BP deve retomar a escavação do poço auxiliar num prazo de 24 a 36 horas após cimentar o poço principal, e a interceptação inicial está prevista para cinco a sete dias depois da retomada.

O progresso no combate ao vazamento, que causou graves prejuízos ambientais e econômicos na costa sul dos Estados Unidos, é um alívio para a BP e também para o presidente Barack Obama, que viu sua popularidade cair por causa do incidente.

A BP perdeu 30 por cento do seu valor de mercado por causa da crise, e em 25 de junho suas ações chegaram ao menor nível em 14 anos. Agora, refletindo a perspectiva de fim desse drama de 108 dias, os papéis da empresa alcançaram sua maior cotação em dois meses no pré-pregão da Bolsa de Londres. Depois elas caíram, mas ainda assim fecharam em alta de 0,42 por cento. Na Bolsa de Nova York, a alta foi de 3 por cento.

"Ninguém mais acha que (as ações da BP) vão quebrar dentro de cinco anos", disse o analista Iain Armstrong, da Brewin Dolphin, comentando a recuperação das últimas semanas.

Por causa dos gastos em indenizações e recuperação, a BP deve vender cerca de 30 bilhões de dólares do seu patrimônio.

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