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Boris Johnson não apoiará nenhum dos 11 candidatos à sua sucessão

"Eu não gostaria de prejudicar as chances de ninguém oferecendo meu apoio", disse Johnson em sua primeira aparição pública desde que renunciou na quinta-feira

Boris Johnson: permanecerá no cargo à frente do governo até que seu sucessor seja escolhido  (AFP/AFP)

Boris Johnson: permanecerá no cargo à frente do governo até que seu sucessor seja escolhido  (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 11 de julho de 2022 às 13h30.

Última atualização em 11 de julho de 2022 às 14h18.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, declarou nesta segunda-feira, 11, que não apoiará nenhum dos 11 candidatos que aspiram a substituí-lo na liderança do Partido Conservador, em uma corrida travada em torno da pressão fiscal, cuja agenda deverá ser anunciada ao longo do dia. 

"Eu não gostaria de prejudicar as chances de ninguém oferecendo meu apoio", disse Johnson em sua primeira aparição pública desde que renunciou na quinta-feira, 7, após uma sucessão de escândalos.

Depois de passar o fim de semana em Chequers, residência de campo dos primeiros-ministros, Johnson assegurou estar "determinado a continuar com o mandato que nos foi confiado" e que o próximo chefe de Governo terá "um programa muito bom".

"Mas meu trabalho é, acima de tudo, supervisionar os procedimentos nas próximas semanas", acrescentou.

Johnson permanecerá no cargo à frente do governo até que seu sucessor seja escolhido.

A ministra do Interior, Priti Patel, pode anunciar ao longo do dia sua candidatura para suceder-lhe na liderança do Partido Conservador — com maioria na Câmara dos Comuns — e, portanto, em Downing Street.

No domingo à noite, a ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, de 46 anos, juntou-se à lista de candidatos, que inclui o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, de 42 anos, e o ex-ministro da Saúde Sajid Javid, de 52.

Na terça-feira, 5, ambos anunciaram quase simultaneamente sua renúncia ao cargo, provocando uma onda de demissões que desferiu o golpe fatal em Johnson.

Entre os 11 candidatos para suceder ao atual primeiro-ministro, também estão a secretária de Estado do Comércio Exterior, Penny Mordaunt, de 49 anos, e o novo ministro das Finanças, Nadhim Zahawi, de 55.

Zahawi já teve sua candidatura prejudicada por uma revelação na imprensa de que há uma investigação fiscal contra ele. O ministro afirmou que é uma campanha para "sujar" seu nome e prometeu publicar sua declaração de imposto de renda todos os anos, se for eleito primeiro-ministro.

Não há um favorito claro.

Impostos

Em um país que sofre com uma inflação de 9,1%, a maioria dos candidatos se apressou em defender uma série de cortes de impostos, sem explicar, porém, como financiá-los.

Truss prometeu agir "desde o primeiro dia". Já Rishi Sunak alertou contra "contos de fadas que são reconfortantes, mas que vão piorar as coisas para nossos filhos amanhã".

A principal formação da oposição, o Partido Trabalhista, estimou que os anúncios combinados dos candidatos somavam cerca de £ 200 bilhões (€ 236 bilhões).

O comitê de 1922, responsável pela organização interna dos conservadores, deve especificar o calendário e as modalidades da disputa esta noite.

Os candidatos provavelmente terão de provar que têm o apoio de 36 candidatos para passar para o segundo turno, conforme o secretário executivo do comitê, Bob Blackman, em entrevista à emissora Sky News.

Sunak é o único candidato com esse apoio, de acordo com uma contagem do site Politico. É um dos favoritos, junto com Penny Mordaunt e Liz Truss, de acordo com as primeiras apostas.

O período de proposição de candidaturas se encerra na noite de terça-feira, 12. As votações podem começar logo depois, deixando apenas dois finalistas quando o recesso parlamentar começar em 22 de julho.

A Sky news anunciou um debate entre os candidatos em 18 de julho, e os finalistas terão algumas semanas para fazer campanha.

O objetivo é que a votação final para eleger o novo chefe do Partido Conservador ocorra até setembro.

Na semana passada, Johnson deixou claro que seu governo, reconstruído às pressas após dezenas de renúncias em 48 horas, não tentaria implementar novas políticas nem fazer grandes mudanças.

As principais decisões orçamentárias serão deixadas para o próximo primeiro-ministro.

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