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Boris Johnson diz que UE deve renegociar acordo do Brexit

Premier britânico quer mudar termos da saída fechados por Theresa May, mas insiste que Reino Unido deixará UE em 31 de outubro com ou sem acordo

Boris Johnson: político assumiu o cargo no lugar de Theresa May (Lorne Campbell/Reuters)

Boris Johnson: político assumiu o cargo no lugar de Theresa May (Lorne Campbell/Reuters)

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AFP

Publicado em 29 de julho de 2019 às 15h46.

Última atualização em 29 de julho de 2019 às 15h49.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu, nesta segunda-feira (29), para os líderes da União Europeia (UE) pararem de se recusar a renegociar o Brexit, enquanto a libra esterlina despencava devido à preocupação gerada por uma saída do bloco sem acordo.

Johnson, que assumiu o cargo na semana passada, quer mudar os termos do acordo de divórcio alcançado por sua antecessora, Theresa May, mas insiste em que o Reino Unido deixará a UE em 31 de outubro com ou sem compromisso.

A UE afirmou que não reabrirá as negociações. "O acordo de retirada está morto", disse Johnson à imprensa em sua primeira visita à Escócia. "Estou confiante de que teremos um acordo, mas também é correto nos prepararmos para um não acordo", acrescentou.

O governo britânico ainda não anunciou nenhuma visita de Johnson às capitais da UE, e sua porta-voz afirmou que não viajaria até Bruxelas mudar de postura. "Claro que quer se reunir com os líderes da UE e negociar, mas não para sentarem e dizerem que a UE não pode reabrir o acordo de saída", explicou.

A Confederação da Indústria Britânica (CBI), a mais importante câmara de negócios do país, disse que as empresas precisam ter um "plano de emergência" diante da crescente possibilidade de não haver nenhum acordo.

A libra britânica caiu cerca de 1% nesta segunda perante o dólar pela primeira vez desde março, um nível que não atingia há dois anos e meio.

Em um relatório, a CBI alertou que tanto o Reino Unido quanto a UE não estavam preparados para um Brexit sem um acordo e pediu para empregadores prepararem planos de contingência.

A chefe do grupo de negociações com a UE, Nicole Sykes, tuitou que era como "colocar sacos de areia para uma inundação". "A cozinha vai inundar, mas talvez possamos salvar os quartos no andar de cima", escreveu.

'Pressão sem precedentes'

O Instituto para o Governo também alertou que um Brexit sem acordo "dominaria o governo por anos", dando pouco espaço a outras prioridades domésticas destacadas por Johnson, como saúde, educação e transporte.

Este centro de estudos afirmou que a situação colocaria o Reino Unido - que inclui Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte - "sob uma pressão sem precedentes".

Em sua primeira visita à Escócia como primeiro-ministro, Johnson visitou uma base naval antes de se reunir com a líder conservadora escocesa Ruth Davidson, contrária a um Brexit sem acordo.

Também está na agenda um encontro com a primeira-ministra, Nicola Sturgeon, líder do separatista e pró-europeu Partido Nacional Escocês (SNP), que disse que o governo está levando o país a um "desastre".

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