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Boris Johnson diz que Reino Unido pode ficar ligado à UE por muitos anos

Ministro disse que os opositores do Brexit têm medo de problemas de curto prazo que podem sacrificar benefícios de longo prazo

Boris Johnson: existe perigo real de que o Reino Unido assine acordo que deixe o país "trancado em órbita ao redor da UE", comentou (Mary Turner/Reuters)

Boris Johnson: existe perigo real de que o Reino Unido assine acordo que deixe o país "trancado em órbita ao redor da UE", comentou (Mary Turner/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de junho de 2018 às 15h49.

Londres - As tensões relacionadas ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) agitaram o governo britânico pela segunda vez em dois dias nesta sexta-feira, depois que o ministro de Relações Exteriores do país, Boris Johnson, afirmou que compromissos podem continuar ligando o Reino Unido à UE por muitos anos.

Em uma gravação obtida pelo BuzzFeed, Johnson disse que os opositores do Brexit, particularmente no Tesouro, têm medo de problemas de curto prazo que podem sacrificar benefícios de longo prazo como a capacidade britânica de negociar acordos internacionais e desenvolver suas próprias regulamentações.

Existe um perigo real de que o Reino Unido assine um acordo que deixe o país "trancado em órbita ao redor da UE, na união aduaneira e, em grande medida, ainda no mercado único", comentou Johnson. "Então, não ter liberdade total em nossa política comercial, nossos cronogramas de tarifas e não ter liberdade com nosso quadro regulatório também."

Os comentários foram registrados durante um discurso que Johnson entregou na quarta-feira a um pequeno grupo de ativistas conservadores. Johnson também elogiou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ofereceu seus pontos de vista sobre as negociações nucleares com a Coreia do Norte e a liderança de Theresa May.

Johnson disse que conversou com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, sobre a situação na Coreia do Norte, e Pompeo pediu que o Reino Unido "usasse nossa perícia nuclear para desmantelar a escalada atômica de Kim Jong-un".

Johnson também revelou que May pretende usar a reunião do G-7, que ocorre nesta sexta-feira e no sábado, para propor uma "unidade de resposta rápida para identificar a má conduta russa seja em guerra cibernética, assassinatos".

A ameaça é causada pelas políticas agressivas implementadas pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse Johnson. "Putin sente um profundo sentimento de vergonha por ser o líder de um país que teve sua importância global reduzida. Quando eu era criança, a Rússia realmente importava. Agora tem uma economia do tamanho da Austrália", comentou o ministro britânico.

No entanto, foram os comentários de Johnson sobre as negociações do Brexit que mais chamaram a atenção em solo britânico, um dia depois que a premiê Theresa May ofereceu uma data final para qualquer acordo provisório com a finalidade de tentar acalmar a oposição ao processo de saída.

Para Johnson, a UE está jogando duro para desencorajar qualquer um dos 27 Estados-membros restantes de ponderar sua própria partida. "Eu acho que Theresa vai entrar em uma fase em que estamos muito mais combativos com Bruxelas. Você tem que encarar o fato de que agora pode haver um colapso, ok? Não quero que ninguém entre em pânico durante o colapso. Nada de pânico. Tudo vai ficar bem no final", comentou. Fonte: Associated Press.

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