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Boris Johnson diz que eleição de Trump é oportunidade para Europa

Boris Johnson considera importante "não prejulgar o presidente eleito ou sua administração" e "esperar para ver" o que acontece

Boris Johnson: "Deveríamos pensar que é um momento de oportunidade" (Darrin Zammit Lupi/Reuters)

Boris Johnson: "Deveríamos pensar que é um momento de oportunidade" (Darrin Zammit Lupi/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de novembro de 2016 às 10h08.

A União Europeia (UE) deveria evitar "prejulgar" o magnata Donald Trump, já que sua vitória nos Estados Unidos representa uma "oportunidade" para a Europa, afirmou o chanceler britânico, Boris Johnson, para quem o futuro presidente americano é um "especialista em chegar a acordos".

"Donald Trump, como disse antes, é um especialista em chegar a acordos e penso que (sua eleição) pode ser uma coisa boa para a Europa", disse Johnson antes de uma reunião de ministros das Relações Exteriores em Bruxelas.

"Deveríamos pensar que é um momento de oportunidade", completou.

Johnson fez as declarações um dia depois de um jantar informal de chanceleres europeus convocado pela chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, para analisar o impacto de Trump nas relações transatlânticas. O britânico se recusou a comparecer ao evento por considerá-lo desnecessário.

Ao resumir o jantar, o chanceler de Luxemburgo, Jean Asselborn, afirmou que é necessário esperar para conhecer "as intenções exatas de Trump na política externa".

"Mas a UE, como afirmamos ontem, tem que ser muito ativa, mostrar que é a base, os fundamentos de nossa cooperação internacional seja no Irã ou Oriente Médio", afirmou nesta segunda-feira.

Seguindo esta linha, Boris Johnson, cujo país pretende iniciar até o final de março o processo de divórcio da UE, considera importante "não prejulgar o presidente eleito ou sua administração" e "esperar para ver" o que acontece.

A UE, que começa a se recuperar da grande crise financeira de 2008 e conseguiu reduzir a entrada de migrantes após um polêmico acordo com a Turquia, está em "crise existencial" desde o referendo sobre o Brexit.

As críticas de Trump durante a campanha a dois pilares básicos das tradicionais relações transatlânticas - os acordos de livre comércio e o apoio militar mútuo dentro da Otan - aumentaram a incerteza no bloco europeu.

Para responder à crise, a chefe da diplomacia europeia deseja reforçar a cooperação militar no bloco, um tema controverso que deve ser debatido em Bruxelas.

"Não é mais momento de reflexões teóricas ou abstratas sobre a defesa europeia (…) é o momento de tomar decisões muito concretas que podem ter um impacto imediato, que podem ser realizadas em conjunto", afirmou nesta segunda-feira Mogherini.

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