Kast e Boric (à dir.): chilenos votantes no Brasil optaram pelo candidato do Apruebo Dignidad, mas só um terço foi às urnas (MARTIN BERNETTI/AFP/Getty Images)
Carolina Riveira
Publicado em 20 de dezembro de 2021 às 11h12.
Última atualização em 20 de dezembro de 2021 às 13h16.
Vencedor da eleição presidencial chilena neste domingo, 19, Gabriel Boric também liderou a disputa entre os chilenos que votaram no Brasil. Até o momento, 99,99% das urnas no exterior foram apuradas, segundo o serviço eleitoral do Chile, o Servel.
Na última atualização dos resultados, divulgada na madrugada desta segunda-feira, 20, as parciais eram:
Segundo o serviço eleitoral chileno, estavam aptos a votar no Brasil 1.974 eleitores, mas houve uma participação de somente 31,6%. Ao todo, foram 8,4 milhões de votantes nas eleições chilenas, sendo a maioria dentro do país e só pouco mais de 35.000 votos no exterior.
Entre votos no Chile e no exterior, Boric teve a vitória confirmada contra Kast por 55,9% dos votos, contra 44,1% do oponente, faltando menos de 0,01% das urnas para serem contabilizadas.
Ainda na noite de ontem, quando a tendência já se mostrava irreversível, Kast ligou para Boric e reconheceu a derrota em suas redes sociais.
A tendência pró-Boric vista no Brasil se repetiu em outros países do exterior. No total, 49,5% dos chilenos aptos a votar no exterior foram às urnas, com a seguinte parcial:
Boric teve largas vitórias em países da União Europeia (mais de 83% dos votos na Alemanha, 85% em Portugal, 69% no Reino Unido e 89% na França). Dos países latino-americanos, Boric também liderou na maioria, com exceção de nomes como Paraguai, Peru, Equador, El Salvador e Panamá.
Nos Estados Unidos, com 50,3% de participação, Kast levou vantagem, tendo 53% dos votos, contra quase 47% de Boric.
Ex-líder estudantil e hoje deputado, Boric se tornou o presidente mais jovem eleito na história do Chile, com apenas 35 anos, e um dos mais jovens estadistas no mundo (veja a lista).
Com mais de 55% de comparecimento dos eleitores chilenos, um recorde desde que o voto se tornou facultativo no país, Boric foi também o presidente eleito mais votado da história, com 4,6 milhões de votos, contra 3,6 milhões de Kast.
No primeiro turno, Kast bateu Boric por dois pontos percentuais, mas o candidato de esquerda conseguiu levar mais eleitores às urnas no segundo turno, além de ter obtido maior transferência de votos dos candidatos que ficaram pelo caminho.