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Bombeiros australianos enfrentam condições extremas

Fortes ventos e a temperatura alta ameaçavam intensificar os incêndios que afetam o sudeste da Austrália há uma semana, complicando os trabalhos dos bombeiros

Bombeiros australianos voluntários em área do incêndio: pelo menos 65 focos seguem ativos, 18 deles fora de controle (William West/AFP)

Bombeiros australianos voluntários em área do incêndio: pelo menos 65 focos seguem ativos, 18 deles fora de controle (William West/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2013 às 08h25.

Monte Victoria - Fortes ventos e a temperatura alta ameaçavam nesta quarta-feira intensificar os incêndios que afetam o sudeste da Austrália há uma semana, complicando os trabalhos dos bombeiros que lutam contra as chamas.

Pelo menos 65 focos seguem ativos, 18 deles fora de controle, no sétimo dia dos incêndios no estado de Nova Gales do Sul.

O estado enfrenta uma situação de emergência sem precedentes em quase 50 anos, provocada pela seca intensa e por temperaturas acima do esperado.

"Em dias como estes, cada minuto conta", declarou o comandante dos bombeiros, Shane Fitzsimmons.

Os esforços se concentram na região das Montanhas Azuis, uma área turística que fica pouco mais de 100 quilômetros ao oeste de Sydney, com população de 75.000 pessoas.

Também foram registrados outros focos ao norte de Sydney, em Minmi, perto de Newcastle, situação que provocou o fechamento da estrada que liga Sydney a Newcastle.

"Se estão em Minmi, apliquem o plano de sobrevivência. Se planejam fugir, façam isto agora", afirmaram as autoridades da região.

Outro incêndio foi registrado ao noroeste de Sydney, a maior cidade do país, mas os ventos complicavam o trabalho dos bombeiros.

"É uma situação que muda constantemente", destacou Fitzsimmons.

As chamas devastaram mais de 120.000 hectares e destruíram mais de 200 casas em Nova Gales do Sul. Apenas uma pessoa morreu até o momento.

Seguindo as recomendações das autoridades, os moradores das áreas afetadas abandonaram suas casas e seguiram para centros desabrigados.

"As condições meteorológicas são as piores que poderíamos esperar", disse o comandante dos bombeiros.


A temperatura se aproxima dos 35 graus, com baixa umidade e ventos de até 100 km/h.

"Estamos combatendo um perímetro de chamas de 1.600 quilômetros. Os incêndios estão todos ativos, alguns mais violentos que outros", explicou Fitzsimmons.

Para controlar as chamas e evitar o avanço até as áreas habitadas, os bombeiros decidiram unir alguns incêndios, uma tática que permite suprimir o combustível que alimenta os incêndios.

Os incêndios florestais são comuns durante os meses de verão na Austrália, de dezembro a fevereiro. Mas um inverno excepcionalmente seco e quente, assim como temperaturas sem precedentes na primavera, anteciparam a temporada de incêndios de 2013-2014.

Os 70.000 bombeiros voluntários do país são a coluna vertebral do combate às chamas.

Entre eles está o novo primeiro-ministro Tony Abbott, voluntário há 10 anos.

A lei obriga as empresas a liberar os funcionários em caso de necessidade.

Para o conservador Abbot, os incêndios são parte da vida na Austrália e não estão relacionados com o aquecimento global.

"A mudança climática é real, mas estes incêndios fazem parte da vida na Austrália", declarou o premier à rádio 3AW.

A afirmação foi uma resposta às declarações da secretária executiva da Convenção sobre Mudanças Climático da ONU, Christiana Figueres, afirmou que as chamas fora de controle estão "totalmente relacionadas com o aquecimento global e as ondas de calor cada vez mais intensas".

Em 2009, um incêndio no estado de Victoria (sul) deixou 173 mortos e destruiu milhares de casas.

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