Mundo

Bombardeios na Síria não foram declaração de guerra, diz Macron

O presidente da França, no entanto, insistiu na necessidade de enviar uma mensagem de que o uso de armas químicas não ficaria impune

Macron: França junto com Estados Unidos e Reino Unido realizaram neste sábado bombardeios contra três locais na Síria (Philippe Wojazer/Reuters)

Macron: França junto com Estados Unidos e Reino Unido realizaram neste sábado bombardeios contra três locais na Síria (Philippe Wojazer/Reuters)

A

AFP

Publicado em 16 de abril de 2018 às 07h14.

O presidente francês Emmanuel Macron disse neste domingo que os bombardeios na Síria não foram uma declaração de guerra contra o regime de Bashar al Assad e garantiu ter convencido o presidente americano, Donald Trump a "permanecer" na Síria.

"Não declaramos guerra ao regime de Bashar al Assad", afirmou Macron em uma entrevista na televisão, depois que seu país, junto com Estados Unidos e Reino Unido, realizaram neste sábado bombardeios contra três locais vinculados ao programa de armamento químico sírio.

No entanto, insistiu na necessidade de enviar uma mensagem de que o uso de armas químicas não ficaria impune.

"O que eu quero que entendam é que temos plena legitimidade internacional para intervir neste caso", disse Macron em sua primeira intervenção pública desde o ataque lançado em represália contra o regime sírio.

"Foi a comunidade internacional que interveio", acrescentou, reiterando que a França e seus aliados obtiveram "provas" de que Al Assad utilizou cloro no ataque de 7 de abril.

Macron também ressaltou que operação foi conduzida "perfeitamente", sem deixar vítimas.

Os ataques ocidentais se concentraram em locais de pesquisas e centros militares vinculados ao programa de armas químicas do regime de Bashar al Assad, perto de Damasco e no centro do país, em resposta a um suposto ataque químico na cidade de Duma que matou pelo menos 40 pessoas.

'Convencemos Trump'

Na mesma entrevista, Macron afirmou ter desempenhado um papel determinante para convencer o presidente americano Donald Trump de não retirar suas tropas da Síria.

"Há 10 dias o presidente Trump dizia que os Estados Unidos considerava deixar a Síria (...), o convencemos de que era necessário permanecer no longo prazo", declarou Macron.

"O convencemos também de que se teria que limitar os bombardeios às armas químicas, em um momento em que havia furor midiático através do Twitter".

Mas algumas horas depois, a Casa Branca afirmou que a "missão" das forças americanas não mudou".

"O presidente foi claro ao afirmar que deseja que as forças americanas retornem assim que possível", destacou a secretária de imprensa Sarah Sanders em um comunicado.

Macron dedicou o início da entrevista de quase três horas à questão do conflito na Síria.

Apesar das tensões com a Rússia, Macron reafirmou a necessidade de "falar com todos", incluindo os aliados de Al Assad, para alcançar uma solução política para o conflito na Síria, há sete anos em guerra.

Para chegar a uma "solução duradoura", "devemos falar com Irã, Rússia e Turquia", disse o chefe de Estado.

Esta foi a primeira operação militar de maior importância ordenada por Emmanuel Macron, que assumiu a presidência francesa há menos de um ano.

Em 2017, o presidente francês disse que o uso de armas químicas significaria para ele uma "linha vermelha", levando a uma "resposta imediata" por parte da França.

Acompanhe tudo sobre:Bashar al-AssadEmmanuel MacronEstados Unidos (EUA)FrançaGuerrasReino UnidoSíria

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia