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Bomba atômica quase explodiu na Carolina do Norte em 1961

O The Guardian afirmou que um documento deu a primeira evidência conclusiva de que os Estados Unidos chegaram perto de um desastre naquela década


	Hiroshima: segundo o jornal, a explosão teria sido 260 vezes mais poderosa do que aquela que devastou a cidade japonesa de Hiroshima
 (Wikimedia Commons)

Hiroshima: segundo o jornal, a explosão teria sido 260 vezes mais poderosa do que aquela que devastou a cidade japonesa de Hiroshima (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2013 às 22h28.

Londres - Uma bomba atômica norte-americana quase explodiu em 1961 sobre o Estado da Carolina do Norte, o que teria sido uma explosão 260 vezes mais poderosa do que aquela que devastou a cidade japonesa de Hiroshima, de acordo com um documento secreto publicado em um jornal britânico nesta sexta-feira.

O The Guardian afirmou que o documento, obtido pelo jornalista investigativo Eric Schlosser sob o Ato de Liberdade de Informação, deu a primeira evidência conclusiva de que os Estados Unidos chegaram perto de um desastre em janeiro de 1961.

O incidente aconteceu quando duas bombas de hidrogênio Mark 39 foram acidentalmente lançadas sobre Goldsboro, na Carolina do Norte, depois que um bombardeiro B-52 desintegrou em pleno ar.

Tem havido uma especulação persistente sobre a seriedade do incidente, e o governo dos Estados Unidos tem negado repetidamente que seu arsenal nuclear colocou a vida dos norte-americanos em risco devido a falhas de segurança, apontou o jornal.

Mas o documento recém publicado revelou que uma das duas bombas se comportou exatamente como uma arma nuclear em tempos de guerra, com a abertura do paraquedas e seus mecanismos de gatilho engatados. Apenas um interruptor de baixa tensão impediu uma tragédia.

Partículas radioativas poderiam ter se espalhado sobre Washington, Baltimore, Filadélfia e até mesmo Nova York, segundo o jornal, ameaçando a vida de milhões de pessoas.


No documento, Parker Jones, um engenheiro sênior no Laboratório Nacional Sandia, responsável ​​pela segurança mecânica de armas nucleares, concluiu que "um simples interruptor, de tecnologia de dínamo e de baixa voltagem, ficou entre os Estados Unidos e uma grande catástrofe."

O relatório de Jones, intitulado "Goldsboro Revisitado ou: Como eu Aprendi a Desconfiar da Bomba-H", foi escrito oito anos depois do acidente em que uma bomba de hidrogênio caiu em um terreno perto de Faro, na Carolina do Norte, e a outra no campo.

Ele descobriu que três dos quatro mecanismos de segurança destinados a evitar a detonação acidental não funcionaram adequadamente na bomba em Faro.

Quando a bomba caiu no chão, um sinal de disparo foi enviado para a central nuclear do dispositivo e foi apenas o interruptor final, altamente vulnerável, que evitou um desastre.

O Guardian afirmou que o documento foi encontrado por Schlosser, já que ele estava pesquisando para um novo livro sobre a corrida armamentista nuclear.

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