Muda de planta (Creative Commons/Pink Sherbet)
Vanessa Barbosa
Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 14h46.
São Paulo – Anunciada há um ano, a Bolsa Verde do Rio de Janeiro (BVRio) entrou em operação na tarde desta segunda-feira com oferta inicial das chamadas Cotas de Reserva Ambiental (CRA), títulos de áreas com vegetação que podem ser usados para compensar déficits de Reserva Legal.
O novo Código Florestal exige que todas as propriedades rurais mantenham um percentual de sua área com cobertura de vegetação nativa para formar a chamada Reserva Legal. Estes percentuais variam entre 20% e 80% dependendo do bioma e da localização do imóvel.
Na prática, por meio da plataforma eletrônica BVTrade, proprietários de terra que têm florestas de sobra preservadas dentro de sua propriedade poderão vender o excedente para aqueles que se se encontram em situação irregular, ou seja, que não possuem a taxa de área preservada exigida pela legislação ambiental brasileira. Dessa forma, quem tem floresta em pé recebe um pagamento para mantê-la em pé e quem está deficitário consegue se adequear às exigências legais.
Segundo o presidente executivo da BVRio, Pedro Moura Costa, a bolsa de valores ambientais nasce com a missão de criar mecanismo de mercado para facilitar o cumprimento de leis ambientais. “O mecanismo financeiro é capaz de agregar participantes distribuidos pelo país, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, aproximando esses vendedores e compradores”, disse. A estimativa é que existam 1 milhão de propriedades com reserva legal excedente.
Para a subsecretária de Economia Verde do Rio de Janeiro, Suzana Kahn, o lançamento da Bolsa Verde é um passo importante no caminho para uma economia sustentável. “A valoração do meio ambiente no mercado financeiro é uma forma de transformar passivo ambiental em ativo ambiental”, disse.
Além da negociação de Cras, a BVRio estuda a comercialização de Créditos de Reciclagem e Logística Reversa de Resíduos Sólidos, entre outros ativos como sistema de comércio de cotas de emissão de gases de efeito estufa (cap and trade) e de efluentes líquidos despejados na Baía de Guanabara.