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Bolívia se compromete a agilizar expropriações

Desapropriação em dez meses de várias filiais de empresas espanholas estremeceu relação do Governo de Evo Morales com a Espanha, um dos principais investidores na Bolívia


	Evo Morales: nacionalização da Sabsa pode marcar um antes e um depois nas relações da Bolívia com o Governo de Mariano Rajoy
 (AFP/ Jorge Bernal)

Evo Morales: nacionalização da Sabsa pode marcar um antes e um depois nas relações da Bolívia com o Governo de Mariano Rajoy (AFP/ Jorge Bernal)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2013 às 20h01.

Madri - O Governo da Bolívia agilizará os prazos para chegar a uma solução sobre as expropriações de filiais de empresas espanholas no país, afirmou nesta quarta-feira a embaixadora boliviana em Madri, Carmen Almendras, ao Ministério das Relações Exteriores da Espanha.

A embaixadora boliviana se reuniu esta tarde com o secretário de Estado espanhol para região ibero-americana, Jesús Gracia, após ser convocada para dar explicações sobre o problema criado pela decisão de nacionalizar e ocupar a empresa Sabsa, filial das espanholas Abertis e AENA.

Durante a reunião, que durou apenas 15 minutos, Gracia reiterou à diplomata boliviana o enfado do Governo espanhol perante o problema, segundo explicaram à Agência Efe fontes diplomáticas.

Neste sentido, o secretário de Estado se expressou na mesma linha que fez ontem o chefe da diplomacia espanhola, José Manuel García-Margallo, em conversa telefônica com o ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana.

Quintana prometeu a García-Margallo que se chegará a "uma solução satisfatória", após reconhecer que houve atrasos na tramitação dos expedientes das empresas que negociam uma compensação pelas nacionalizações.


A desapropriação em dez meses de várias filiais de empresas espanholas estremeceu a relação do Governo de Evo Morales com a Espanha, um dos principais investidores na Bolívia e o primeiro doador de ajuda ao desenvolvimento nos últimos anos.

A nacionalização da Sabsa pode marcar um antes e um depois nas relações da Bolívia com o Governo de Mariano Rajoy, que perante as anteriores expropriações, que afetaram a Red Eléctrica de Espanha e a Iberdrola, evitou o confronto diplomático em público e confiou que as companhias receberão uma compensação adequada.

O Executivo espanhol, que reconheceu o tempo todo o direito da Bolívia de proteger setores estratégicos e reivindicou compensações às empresas, chegou a pedir ao Governo da Bolívia que fosse "mais discreto" ao executar as expropriações, porque podia parecer que o problema é maior que o real.

Porém, Morales repetiu o mesmo procedimento na nacionalização da Sabsa, sem aviso prévio e enviando militares para tomar as instalações, e o Executivo de Rajoy respondeu de forma imediata que esta ação, somada às anteriores, lhe obriga a repensar as relações bilaterais.

O governamental Partido Popular perguntou ontem às instituições europeias se a relação preferencial que se mantém em termos comerciais e de ajuda ao desenvolvimento com a Bolívia pode continuar perante esta "onda de expropriações". EFE

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