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Bolívia realiza segundo turno presidencial sob nova Constituição pela primeira vez

É a primeira vez que o país realiza um segundo turno presidencial desde a promulgação da nova Constituição; TSE pede que candidatos respeitem o resultado

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 19 de outubro de 2025 às 13h00.

Última atualização em 19 de outubro de 2025 às 17h33.

As urnas de votação foram abertas na manhã deste domingo, 19, na Bolívia para a definição, pela primeira vez em um segundo turno presidencial, de quem será o novo chefe de Estado.

Os candidatos em disputa são o centrista Rodrigo Paz Pereira e o conservador Jorge Quiroga. O atual presidente, Luis Arce, do partido Movimento ao Socialismo (MAS), decidiu não concorrer à reeleição, em meio a uma grave crise política e à divisão com o ex-presidente e ex-correligionário Evo Morales.

Morales, impedido pela Justiça Eleitoral de se candidatar novamente por ter ultrapassado o limite constitucional de mandatos, fez campanha pelo voto nulo no primeiro turno.

Votação e logística eleitoral

A votação está prevista para ser encerrada às 16h (horário local; 17h de Brasília), com divulgação dos primeiros resultados de contagem rápida por volta das 21h (de Brasília). Ao todo, cerca de 7,9 milhões de bolivianos estão aptos a votar, e o sufrágio é obrigatório.

Segundo o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), a supervisão do pleito envolve cerca de 204 mil mesários distribuídos em 35.253 mesas de votação em todo o país.

TSE pede “respeito ao resultado”

O presidente do TSE, Óscar Hassenteufel, destacou que este domingo “ficará gravado na história nacional, porque será a primeira vez que a Bolívia realiza um segundo turno presidencial sob a atual Constituição”.

“Certamente, às vezes surgem tentações de acabar com a democracia ou distorcê-la. Mas o povo boliviano é mais forte e sabe responder a essas tentativas com firmeza, usando o melhor instrumento ao seu alcance: o voto”, declarou Hassenteufel.

O magistrado também fez um apelo aos candidatos para que respeitem o resultado das urnas “seja qual for”, e garantiu que o tribunal está em condições de oferecer “eleições justas, limpas, transparentes e tecnicamente confiáveis”.

Disputa entre Paz e Quiroga

O senador Rodrigo Paz e o ex-presidente Jorge Quiroga (que governou o país entre 2001 e 2002) foram os dois mais votados nas eleições de 17 de agosto. Como nenhum dos dois alcançou a maioria absoluta exigida pela lei, a disputa foi levada ao segundo turno.

Desde a promulgação da nova Constituição, em 2009, a Bolívia havia realizado apenas três eleições gerais — em 2009, 2014 e 2020 — e em todas o vencedor foi definido ainda no primeiro turno, com mais de 50% dos votos.

Voto obrigatório e sistema de contagem

O voto é obrigatório na Bolívia, e os eleitores recebem um certificado de participação que deve ser apresentado em repartições públicas e bancos nos 90 dias seguintes à votação.

O país voltará a utilizar o Sistema de Transmissão de Resultados Preliminares (Sirepre), que divulgará as primeiras parciais entre 20h e 20h30 (horário local). A apuração final será supervisionada por missões de observação nacionais e internacionais, incluindo representantes da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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