Até dezembro, Battisti vivia em liberdade no Brasil em virtude de uma decisão do ex-presidente Lula (Nacho Doce/Reuters)
EFE
Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 13h45.
La Paz - O governo da Bolívia esclareceu nesta segunda-feira que entregou o italiano Cesare Battisti, que era procurado por quatro homicídios na Itália na década de 1970, porque negou a ele uma solicitação de refúgio.
O ministro do Interior, Carlos Romero, declarou aos veículos de imprensa que a entrega de Battisti a autoridades italianas no domingo obedeceu ao fato de, além de não ter entrado legalmente na Bolívia, o Conselho Nacional para os Refugiados (Conare) do país "rejeitou uma solicitação de refúgio".
Romero esclareceu que o italiano pediu refúgio na Bolívia em 21 de dezembro e que cinco dias depois a solicitação foi negada.
O Ministério Público da Bolívia advertiu para "violação dos direitos" de Battisti como solicitante de refúgio e argumentou que a instância responsável pela concessão de refúgio não o entrevistou nem o notificou com a rejeição ao seu pedido, segundo um comunicado emitido domingo.
Ontem as autoridades bolivianas entregaram Battisti à Interpol da Itália no aeroporto internacional de Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra, onde embarcou com destino ao seu país de origem.
Condenado à prisão perpétua na Itália, Battisti foi sentenciado pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), um braço das Brigadas Vermelhas.
Até dezembro, Battisti vivia em liberdade no Brasil em virtude de uma decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
As autoridades da Bolívia o capturaram na noite do último sábado durante uma operação policial e estabeleceram que sua entrada no país foi irregular.