Mundo

Bolívia descarta relação com Lamia e compromete investigação

Evo Morales admitiu que o diretor geral da Lamia foi seu piloto na presidência e também nos tempos de confinamento, quando atuava como líder sindical

Depois da tragédia: governo boliviano suspendeu operações da Lamia e destituiu funcionários do controle da aeronáutica (Paulo Whitaker/Reuters)

Depois da tragédia: governo boliviano suspendeu operações da Lamia e destituiu funcionários do controle da aeronáutica (Paulo Whitaker/Reuters)

A

AFP

Publicado em 3 de dezembro de 2016 às 19h05.

São Paulo - O governo boliviano descartou neste sábado qualquer relação com a companhia aérea Lamia, que protagonizou o acidente aéreo na Colômbia que deixou 71 mortos.

"Não há nenhum tipo de relação do governo com a famosa empresa. Especula-se sobre uma relação do presidente Morales com o piloto da aeronave (Gustavo Vargas), e se afirma que, por ter sido piloto do presidente em 2006 e 2007, este o haveria favorecido para creditar o funcionamento desta empresa", disse Juan Ramón Quintana, ministro da Presidência, em entrevista coletiva.

O presidente Evo Morales admitiu que o diretor geral da Lamia foi seu piloto na presidência e também nos tempos de confinamento, quando atuava como líder sindical.

O presidente também disse que não sabia que a Lamia era uma empresa com matrícula boliviana.

A imprensa local divulgou em seus portais fotos e vídeos do governante em uma aeronave da Lamia com a comissária Ximena Suárez, que sobreviveu ao acidente em Medellín.

O ministro explicou que Vargas foi piloto das aeronaves presidenciais de 2001 a 2007, e descartou que ele tenha tido outro tipo de vínculo com o presidente Morales.

A imprensa assinalou que o filho do gerente geral da Lamia atua na Direção Nacional de Aviação Civil (DGAC), responsável pela concessão de licenças às aeronaves, sugerindo que este vínculo teria facilitado o registro legal da empresa.

O governo boliviano suspendeu na quinta-feira as operações da Lamia e destituiu funcionários do alto escalão do controle da aeronáutica, para apurar supostas responsabilidades.

"Está sendo formada a equipe de investigação sobre o processo que a empresa seguiu para obter sua licença de funcionamento, e para verificar se os procedimentos foram adequados", concluiu Quintana.

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoBolíviaChapecoense

Mais de Mundo

Tarifas de Trump: Canadá alerta que EUA vão depender de petróleo da Venezuela

Controlador em colisão aérea em Washington ficou sozinho porque colega saiu mais cedo

Trudeau afirma que Canadá responderá "com força" às ​​tarifas de Trump

Por que sistema anticolisão não evitou choque entre avião e helicóptero nos EUA? Entenda