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Bolívia aceita desculpas de países por incidente aéreo

A decisão de Morales coloca um ponto final na crise diplomática entre a América Latina e a União Europeia que surgiu no início deste mês


	Morales: "Embora não plenamente satisfeitos, aceitamos as desculpas dos quatro países como um primeiro passo, porque queremos dar continuidade às relações de respeito entre nossos países"
 (REUTERS/David Mercado)

Morales: "Embora não plenamente satisfeitos, aceitamos as desculpas dos quatro países como um primeiro passo, porque queremos dar continuidade às relações de respeito entre nossos países" (REUTERS/David Mercado)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2013 às 14h35.

La Paz - O presidente boliviano, Evo Morales, aceitou nesta quarta-feira os pedidos de desculpa de França, Espanha, Itália e Portugal por terem proibido o avião que o transportava de sobrevoar o seu território por suspeita de que levaria a bordo o fugitivo norte-americano Edward Snowden.

A decisão de Morales coloca um ponto final na crise diplomática entre a América Latina e a União Europeia que surgiu no início deste mês devido ao incidente, que levou vários países da região a chamar seus embaixadores em Paris, Madri, Roma e Lisboa.

Morales disse que os diplomatas retornarão a seus destinos.

"Embora não plenamente satisfeitos, aceitamos as desculpas dos quatro países como um primeiro passo, porque queremos dar continuidade às relações de respeito entre nossos países, relações de complementaridade e de solidariedade", disse Morales em uma entrevista à imprensa no Palácio de Governo, em La Paz.

O avião que levava Morales de volta à Bolívia depois de uma conferência de energia na Rússia foi obrigado a aterrissar no dia 2 de julho em Viena devido ao fechamento do espaço aéreo. O presidente permaneceu várias horas na capital austríaca até receber autorização para seguir com a viagem a La Paz.

Os quatro países logo apresentaram suas desculpas a Morales.

O tratamento dado ao líder boliviano, um crítico dos Estados Unidos, levou líderes latino-americanos a classificarem o episódio de uma afronta a toda a região e a acusarem a Casa Branca de estar por trás do episódio.

Além da Bolívia, Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela --membros do Mercosul-- haviam concordado em retirar seus embaixadores dos quatro países europeus que Morales acusou de ter fechado o espaço aéreo.

Depois do incidente, a Bolívia e seus aliados Venezuela e Nicarágua ofereceram asilo a Snowden, que está no setor de trânsito de um aeroporto de Moscou desde meados de junho.

Snowden, de 30 anos, é fugitivo da Justiça dos Estados Unidos e enfrenta acusações de roubo de registros sobre programas de vigilância secreta na Internet e em redes telefônicas, e de tê-los vazado à imprensa.

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