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Boko Haram promete vender estudantes sequestradas na Nigéria

O líder do grupo islamita reivindicou o sequestro das mais de 200 meninas e prometeu tratá-las como escravas, vendê-las e casá-las à força

Nigerianos manifestam para exigir libertação de jovens sequestradas: "por Alá que as venderei no mercado", disse Abubakar Shekau (Pius Utomi Ekpei/AFP)

Nigerianos manifestam para exigir libertação de jovens sequestradas: "por Alá que as venderei no mercado", disse Abubakar Shekau (Pius Utomi Ekpei/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2014 às 10h38.

Kano - O líder do grupo islamita nigeriano Boko Haram, Abubakar Shekau, reivindicou o sequestro das mais de 200 meninas em meados de abril no norte da Nigéria e prometeu tratá-las como "escravas", "vendê-las" e "casá-las" à força.

"Eu sequestrei vossas meninas. Por Alá que as venderei no mercado", disse Shekau em um vídeo de 57 minutos obtido pela AFP.

Ele fazia referência às 276 estudantes sequestradas em 14 de abril em sua escola de Chibok (nordeste), no estado de Borno, entre as quais 223 continuam em cativeiro e 53 conseguiram fugir, segundo a polícia.

Informações da imprensa afirmam que algumas das 223 estudantes sequestradas já foram vendidas como esposas na fronteira com Chade e Camarões a preços irrisórios (12 dólares).

"Eu disse que a educação ocidental deve parar. Vocês, meninas, devem deixar a escola e se casar" acrescentou Shekau, que indicou manter as "pessoas como escravas".

Neste vídeo, Shekau aparece em uniforme militar e de pé diante de um veículo blindado e de duas pick-ups nas quais estão metralhadoras.

Seis homens armados estão em ambos os lados de Shekau, com seus rostos cobertos.

A imagem está tremida, mas é possível ver claramente o rosto do líder islâmico, falando em hausa, árabe e inglês.

Durante os primeiros 14 minutos, Shekau critica a democracia, a educação ocidental e aqueles que não acreditam no Islã.

O Boko Haram, cujo nome significa "A educação ocidental é pecaminosa" em hausa, reivindica a criação de um Estado islâmico no norte da Nigéria.

O grupo extremista deixou milhares de mortos desde o início do levante, em 2009, em ataques contra escolas, igrejas, mesquitas e símbolos do Estado e das forças de ordem.

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