Arquipélago de Anavilhanas, região Amazônia (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) iniciou há cerca de três semanas conversas com 12 países para futuras doações ao Fundo da Amazônia, criado em agosto de 2008. O BNDES é gestor do fundo, que conta atualmente com uma carteira de cerca de 50 projetos, dos quais cinco já foram aprovados e oito estão em fase de análise final.
A informação foi dada hoje (26) pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e por integrantes da equipe da área de meio ambiente do BNDES, no Rio, durante o lançamento do livro Amazônia em Debate: Oportunidades, Desafios e Soluções.
Os nomes dos países não foram divulgados. "A ideia é não constrangê-los. Os países é que deverão anunciar a doação", disse o ministro. Ele adiantou que uma das negociações já está bem avançada.
Hoje, o Fundo da Amazônia conta apenas com a Noruega como doador. O país prometeu dar ao fundo U$ 1 bilhão até 2015 - cerca de U$ 400 milhões já foram doados. Os cinco projetos já aprovados estão orçados em aproximadamente R$ 75 milhões.
Minc informou que se reuniu ontem com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para buscar formas de acelerar o nível de execução dos projetos do fundo. "Tomamos uma série de medidas. O BNDES vai reforçar a atuação na região, colocar mais gente na equipe. Mas manteremos o rigor e a qualidade, pois não podemos afrouxar, porque senão pode entrar ecopicaretagem no meio e ninguém mais vai querer investir no fundo".
O fundo foi criado para promover projetos de prevenção e combate ao desmatamento e para a conservação e o uso sustentável das florestas no Bioma Amazônico. Segundo o ministro, o Brasil trabalha para que o fundo deixe de ser necessário num futuro próximo, quando a Amazônia parar de ser desmatada "e tiver sido criada uma cultura de preservação na região".
O ministro lembrou que outros dois fundos devem ser lançados em breve: o Fundo Cerrado e o Fundo Clima. Este último foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro passado e está em fase de regulamentação, com recursos anuais estimados em cerca de R$ 1 bilhão, originados de 10% do lucro do petróleo.
"O Nordeste vai ser o maior beneficiado desse fundo, já que será a região mais afetada pelas mudanças climáticas. Temos que nos antecipar antes que metade da população tenha que sair de lá". O Fundo Cerrado deve sair em junho deste ano, segundo Minc.
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