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Blogueiro egípcio é condenado por insultar presidente

Ativistas do país disseram que a prisão é a primeira grande condenação como parte de uma ofensiva repressiva da Justiça contra os críticos do governo

Ahmed Douma: "É claro que o governo está tentando ameaçar ativistas com esses casos", disse à Reuters um dos advogados da defesa, Ali Soliman (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)

Ahmed Douma: "É claro que o governo está tentando ameaçar ativistas com esses casos", disse à Reuters um dos advogados da defesa, Ali Soliman (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2013 às 20h37.

Cairo - Um conhecido blogueiro e ativista egípcio foi condenado a seis meses de prisão nesta segunda-feira por insultar o presidente do Egito, Mohamed Mursi, o que ativistas do país disseram ser a primeira grande condenação como parte de uma ofensiva repressiva da Justiça contra os críticos do governo.

Mais de 100 aliados de Ahmed Douma lotaram o tribunal em um subúrbio do Cairo, gritando durante a audiência palavras contrárias ao presidente, integrante de um movimento islamista.

"É claro que o governo está tentando ameaçar ativistas com esses casos", disse à Reuters um dos advogados da defesa, Ali Soliman.

Considerado culpado por chamar o presidente de criminoso e assassino em entrevistas à mídia, Douma foi autorizado a pagar fiança de 5.000 libras egípcias (720 dólares) para permanecer fora da prisão enquanto aguarda recurso, acrescentou Soliman.

Mursi foi eleito depois que uma revolta popular derrubou seu antecessor, Hosni Mubarak, em 2011. Ele rejeita as acusações de grupos de defesa dos direitos de que o seu governo e aliados querem esmagar a dissidência.

Mas um grupo de ativistas egípcios afirmou em um relatório que duas dezenas de casos de "insulto ao presidente" foram levados à Justiça nos primeiros 200 dias de governo de Mursi, quatro vezes mais do que durante os 30 anos de Mubarak no poder.

"A ironia é que o presidente eleito após a revolução de 25 de janeiro ainda está mantendo as mesmas leis restritivas que estão em vigor há décadas", disse Gamal Soltan, professor de ciência política da Universidade Americana no Cairo.

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