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Blinken vai ao México em busca de medidas para conter migração

Visita ocorre em momento em que os Republicanos pressionam Biden a restringir a migração em troca da aprovação dos congressistas para ajuda à Ucrânia

Anthony Bliken, secretário de Estado dos EUA (Omar Havana /Getty Images)

Anthony Bliken, secretário de Estado dos EUA (Omar Havana /Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 27 de dezembro de 2023 às 11h58.

Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 13h03.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, viaja para o México, nesta quarta-feira, 27, na esperança de mostrar avanços na luta contra a crescente imigração, uma das principais dores de cabeça do presidente Joe Biden para conquistar a reeleição em 2024.

Incomum por acontecer na semana do Natal, a visita do chefe da diplomacia americana foi marcada repentinamente, em um momento em que o Partido Republicano pressiona Biden para que adote medidas contra a migração em troca da aprovação, por parte de seus congressistas, de novas ajudas para a Ucrânia.

Cerca de 10 mil migrantes, segundo autoridades americanas, tentam entrar ilegalmente através da fronteira sul todos os dias, quase o dobro do número registrado antes da pandemia.

Washington fechou algumas passagens fronteiriças com o México para concentrar os seus esforços na entrada de migrantes.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, conversou por telefone na semana passada sobre esta questão com Biden, que concordou em enviar Blinken, que viajará acompanhado do secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, e da responsável pela imigração da Casa Branca, Liz Sherwood.

López Obrador disse na sexta-feira que o México “fortalecerá as medidas” para impedir o fluxo de migrantes que chegam aos Estados Unidos.

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, anunciou que a delegação dos EUA discutirá com o presidente mexicano a "necessidade urgente de vias legais e ações adicionais" em relação à migração.

O México concordou com Biden e com o seu antecessor, o republicano Donald Trump, em acolher, pelo menos temporariamente, migrantes que tentassem entrar nos Estados Unidos.

Trump, favorito à nomeação republicana para enfrentar Biden nas eleições presidenciais de novembro de 2024, está fazendo campanha com uma mensagem anti-imigração, acusando os estrangeiros de “envenenar o sangue” do país, palavras do próprio Hitler, notaram os seus críticos.

Os republicanos recusam-se a apoiar um novo pacote de ajuda financeira à Ucrânia no Congresso se não forem tomadas medidas para impedir a migração.

A administração Biden alertou que, sem acordo, a Ucrânia ficará em breve sem as armas necessárias para se defender da invasão russa.

A proposta do governo para convencer os republicanos inclui aumentar em 1,3 mil o efetivo total de agentes da Patrulha de Fronteira.

"Não existe varinha mágica"

Andrew Rudman, diretor do Mexico Institute do Wilson Center, em Washington, acredita que Blinken buscará um acordo com López Obrador para que tome medidas, como conceder-lhes autorizações de trabalho e, assim, manter os migrantes no México.

"O governo Biden quer mostrar que está fazendo todo o possível" para impedir a migração, disse ele.

"Um dos desafios é que todo o mundo quer uma solução de curto prazo para um problema global de longa duração", mas "não existe uma varinha mágica".

"A maioria dessas pessoas migra porque acredita que a vida para elas será melhor nos Estados Unidos", acrescentou.

Grande parte dos migrantes é da América Central, embora nos últimos meses tenha aumentado o número de venezuelanos e de haitianos, que fogem da pobreza e da violência que assola seus países.

No domingo, 24, uma caravana de milhares de migrantes partiu do sul do México, ante a impossibilidade de obter uma autorização que lhes permitisse atravessar o país para chegar aos Estados Unidos.

María Alicia Ulloa, uma hondurenha que faz parte desse grupo, pediu às autoridades americanas e mexicanas reunidas nesta quarta-feira que encontrem formas de ajudar os migrantes, uma vez que a situação em seus países de origem "também é crítica".

"Emigramos com a esperança de dar uma vida melhor para os nossos filhos e uma vida melhor para os familiares que ficam para trás", desabafou.

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