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'Black Friday' já gera filas e protestos sindicais nos EUA

Após o Dia de Ação de Graças, celebrado nesta quinta-feira nos EUA, a "Black Friday" fará da sexta-feira o dia de mais vendas no ano


	Segundo um estudo elaborado pela Federação Nacional de Varejo, aproximadamente 147 milhões de pessoas vão às compras neste final de semana no país
 (Lucas Jackson/Reuters)

Segundo um estudo elaborado pela Federação Nacional de Varejo, aproximadamente 147 milhões de pessoas vão às compras neste final de semana no país (Lucas Jackson/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2012 às 18h17.

Washington - Centenas de pessoas já estão acampadas nas portas das lojas de departamento para aproveitar as ofertas da chamada "Black Friday", o dia do consumismo nos Estados Unidos, onde os funcionários ameaçam o bom andamento da jornada com uma série de protestos.

Após o Dia de Ação de Graças, celebrado nesta quinta-feira nos EUA, a "Black Friday" fará da sexta-feira o dia de mais vendas no ano e, principalmente, o de maior disputa atrás das ofertas mais atraentes.

"Espero comprar dois laptops e um televisor", afirmou à emissora "ABC" Miriam Santamaria, que está acampada há dias na porta de umas lojas de departamento de Los Angeles com o objetivo de poupar US$ 600.

A "Black Friday" também costuma ser marcada pelas táticas comerciais mais agressivas, um fato que acabou gerando um mal-estar na rede Wal-Mart, a maior do país, na qual parte de seus empregados ameaçam realizar protestos e, inclusive, uma greve.

"É uma semana fundamental para a empresa e, por isso, queremos que todos os clientes que passarem pelas nossas lojas se deem conta dessa situação", declarou a funcionária Monique Velázquez, que participava de uma manifestação em Los Angeles.

Para compensar a má temporada de vendas, algumas grandes cadeias anunciaram que poderiam iniciar a "sexta-feira negra" já nesta quinta a partir das 20h.


Mas, ano após ano, essa hora antecipada foi avançando tanto que, atualmente, a "Black Friday" já coincide com o momento em que as famílias americanas estão reunidas em torno de um peru recheado, ou seja, celebrando o jantar do Dia de Ação de Graças.

O fato é que essa decisão acabou indignando muitos empregados. Os trabalhadores das lojas de departamento Target, por exemplo, recolheram cerca de 350 mil assinaturas para que a empresa não abra suas portas antes da manhã de sexta-feira.

Já os do Wal-Mart, os mais combativos, estão convocando uma série protestos e interrupções durante toda a semana, inclusive no próprio dia da "Black Friday".

"Essa atitude demonstra que o Wal-Mart só pensa em ganhar dinheiro ao invés de fechar sua loja por algumas horas para os funcionários poderem estar com suas famílias", comentou Monique, mãe solteira de cinco filhos e funcionária da loja de departamentos há um ano.

"Não nos deixam jantar e desfrutar da união familiar só para ter suas lojas sempre abertas", ressaltou à Agência Efe sua companheira de trabalho Maria Elena Jefferson.

A revolta dos trabalhadores do Wal-Mart por conta do "Black Friday" também fez explodir outras reivindicações, como melhorias salariais, melhores condições de trabalho e a redução da excessiva carga de trabalho.


No entanto, perante a escalada de protestos, o Wal-Mart apresentou nas últimas horas uma queixa formal perante a Junta Nacional de Relações Trabalhistas contra os dois sindicatos que promovem essa ação, informou o jornal "The New York Times".

Além disso, a Federação Nacional de Vendedores no Varejo defende a tática de seus filiados: "Há muita emoção em torno das vendas antecipadas. É normal para as empresas evoluir constantemente, assim como também fazem os consumidores", declarou em comunicado seu presidente, Matthew Shay.

Por trás deste conflito entre funcionário e empregadores, os números que movimentam este fim de semana de compras maciças são estratosféricos, já que os comerciantes esperam um crescimento de 4,1% nas vendas.

Segundo um estudo elaborado pela Federação Nacional de Varejo, aproximadamente 147 milhões de pessoas vão às compras neste final de semana no país. 

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