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Bisturi econômico de Palocci vale muito, diz sócio da Tendências

Nathan Blanche, que trabalha ao lado de Maílson da Nóbrega, afirma que palestra e consultoria dão bastante dinheiro

Palloci e Dilma: risco maior para o governo é uma eventual perda de força do ministro (Wilson Dias/Agência Brasil)

Palloci e Dilma: risco maior para o governo é uma eventual perda de força do ministro (Wilson Dias/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2011 às 12h31.

São Paulo – O empresário Nathan Blanche, sócio da Tendências Consultoria, vê com naturalidade o crescimento do patrimônio do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

“O bisturi econômico do Palocci vale muito. Ele virou celebridade entre os empresários por mérito próprio. Esse negócio de que ele pode ter enriquecido, pelo amor de Deus. Quanto que o Bernardinho (técnico de vôlei) cobra por uma palestra?”, diz Blanche, em entrevista a EXAME.com.

Perguntado se palestra e consultoria realmente dão bastante dinheiro, Blanche disse que sim. “Gustavo (Loyola), Maílson (da Nóbrega), (Pedro) Malan, ex-ministros ganham bem e obrigado”, afirmou, seguindo a mesma linha da recente declaração de Palocci de que a passagem pelo governo valoriza a pessoa no mercado. O empresário é sócio da Tendências ao lado de Maílson da Nóbrega e Gustavo Loyola.

Nesta quarta-feira (18), Palocci telefonou para as pessoas citadas – algumas do governo Fernando Henrique Cardoso – e pediu desculpas pela "mensagem enviada por engano".

Nathan Blanche afirma que o ministro-chefe da Casa Civil é uma celebridade para o mercado como um todo. "Ele se tornou um hedge de racionalidade do empresário brasileiro. O Palocci teve um momento histórico único de reversão de sistema econômico no Brasil. Ele foi aquele médico salvador quando todo mundo estava com água no gogó e também teve sorte de que o momento histórico o favoreceu mais do que a muitos.”


Blanche avalia que o principal acerto de Palocci no auge das turbulências em 2003 foi "convidar dois economistas fantásticos para o governo, o Marcos Lisboa (ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda) e o Joaquim Levy (ex-secretário do Tesouro Nacional)".

“A sabedoria dele foi escolher as pessoas certas e ter bom senso. Uma vez eu disse para ele: ‘ministro, câmbio não é fato gerador. Câmbio é resultado dos indicadores macroeconômicos de um país.’ Ele anotou e disse: ‘Nathan, comprei na hora por isso, isso e aquilo.’ Por isso que eu digo que ele tem um bom bisturi econômico.”

O empresário nega que Palocci tenha procurado a Tendências Consultoria para pedir ajuda na estruturação de sua empresa. “Ao sair do governo, ele nos procurou para receber os nossos relatórios macroeconômicos.”

Nathan Blanche avalia que o risco maior para o governo Dilma é de uma eventual perda de força do ministro-chefe da Casa Civil mudar a rota da economia. “Se esse movimento político tirar a confiança econômica, pode gerar uma reação de mercado no curto prazo e, no médio prazo, mudar a política econômica, com mais interferência estatal." O empresário acredita que é Palocci quem barra as ideias "atrasadas" da esquerda.

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