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Bird: ritmo da expansão agrícola cai e pressiona preços

De acordo com Vinod Thomas, os maiores inibidores de um avanço da produtividade agrícola são os subsídios dados por países europeus e os Estados Unidos

Plantação de soja (Divulgação/EXAME)

Plantação de soja (Divulgação/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2011 às 16h29.

Rio - O diretor-geral e vice-presidente sênior do Banco Mundial (Bird), Vinod Thomas, afirmou hoje que o principal causador da pressão de preços nos alimentos no mundo é o declínio do ritmo de crescimento da produtividade agrícola. "Pela primeira vez nos últimos 10 anos, o crescimento da produtividade agrícola foi mais lento que o crescimento populacional", declarou Thomas, em evento sobre os Brics promovido pela PUC-Rio e pela prefeitura do Rio de Janeiro.

Segundo ele, as regiões mais afetadas são África e Ásia, mas o Brasil também sofre com o problema - embora esteja em situação melhor do que a destes dois continentes. "O problema do aumento da produtividade é global, não apenas da África e da Ásia, mas também da América Latina. Isso porque os investimentos das últimas décadas foram direcionados para a área urbana e para a indústria", afirmou.

De acordo com Thomas, também houve algum investimento na área agrícola, porém menos em alimentação e mais no setor de commodities.

Na avaliação dele, os principais inibidores de um maior avanço da produtividade agrícola são os subsídios dados por países europeus e os Estados Unidos à produção de alimentos. "Os subsídios de US$ 150 bilhões para alimentos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, prejudicam os investimentos para melhorar a produtividade na África e na América Latina", disse. Ele avalia que é preciso uma coordenação internacional para resolver o problema.

O diretor-geral do Bird afirmou que, embora o Brasil não tenha melhorado o suficiente a produção agrícola nas últimas décadas, agora tem uma boa oportunidade de fazê-lo. "O Brasil é um dos países em melhor situação para enfrentar este problema porque, assim como a Rússia, tem uma grande área cultivável e, além disso, os investimentos em pesquisa têm sido direcionados para aumentar a produtividade", disse.

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