Osama bin Laden desejava marcar o 10º aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos com uma grande campanha midiática (STR/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2015 às 13h32.
Washington - Osama bin Laden desejava marcar o 10º aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos com uma grande campanha midiática, segundo os documentos encontrados na casa onde foi morto e que foram divulgados nesta quarta-feira.
"Esperamos o 10º aniversário dos abençoados ataques em Nova York e Washington, que acontecerá em nove meses", escreveu Bin Laden em uma carta sem data, mas que aparentemente foi redigida no fim de 2010.
Bin Laden acrescentou aos interlocutores que "devem ser conscientes de sua importância e da necessidade de obter vantagens do aniversário nos meios de comunicação para honrar as vitórias dos muçulmanos e comunicar às pessoas o que nós queremos comunicar".
Esta carta é uma das centenas de documentos que agências americanas de inteligência tornaram públicos nesta quarta-feira, que foram encontrados na última residência de Bin Laden em Abbottabad, Paquistão.
Os documentos aos quais a AFP teve acesso são as traduções para o inglês feitas pela CIA, mas não houve condições de verificar de forma independente a procedência do material nem a qualidade da tradução.
Nos documentos, Bin Laden também pede que seus auxiliares permaneçam em "contato com a rede Al-Jazeera com declarações, porque a emissora começará sua cobertura (do aniversário) em 1 de setembro".
O líder da Al-Qaeda, com enormes limitações logísticas para comunicar-se com o exterior, reclama de ter enviado uma "gravação de vídeo há dois meses, mas que ainda não foi divulgada pelos meios de comunicação".
Na carta, explica: "Teremos que refazê-la antes de divulgar".
Em outro documento, de 5 abril de 2011, um homem chamado Mahmud faz recomendações a Bin Laden sobre a mensagem que deveria enviar pelo 10º aniversário dos atentados de 11 de setembro.
"A mensagem deveria conter instruções e apelos à juventude e ao país inteiro. Deveria ser genérica e não parar nos detalhes (...) e fazer um apelo à continuidade da jihad", escreveu Mahmud a Bin Laden.
Mas o líder da Al-Qaeda foi morto a tiros em 2 de maio de 2011, quatro meses antes do aniversário dos ataques.
A Al-Qaeda deveria divulgar na internet em 12 de setembro de 2011 um vídeo com imagens de Bin Laden e uma mensagem de seu sucessor, o egípcio Ayman al-Zawahiri.
Em sua parte da mensagem, Bin Laden prometia aos americanos "terminar como os escravos" das empresas multinacionais e do "dinheiro dos judeus".
Os atentados de 11 de setembro, reivindicados pela Al-Qaeda, deixaram mais de 3.000 mortos.