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Biden viaja para o Japão após alerta sobre ameaça norte-coreana

Biden se reunirá com o primeiro-ministro Fumio Kishida e o imperador Naruhito na segunda-feira antes da cúpula da aliança Quad

O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, cumprimenta o presidente americano, Joe Biden, em Seul, na primeira visita do presidente americano à Ásia desde que assumiu o cargo. (AFP/AFP)

O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, cumprimenta o presidente americano, Joe Biden, em Seul, na primeira visita do presidente americano à Ásia desde que assumiu o cargo. (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 22 de maio de 2022 às 10h23.

O presidente americano, Joe Biden, viaja neste domingo, 22, para o Japão para a segunda etapa de uma viagem com vistas a reforçar a liderança dos Estados Unidos na Ásia diante de uma China ascendente e de uma Coreia do Norte dotada da arma atômica e perigosamente imprevisível.

Biden deixa a Coreia do Sul, onde ele se reuniu com o presidente recém-eleito, Yoon Suk-yeol, com quem discutiu, inclusive, a expansão de exercícios militares para conter as investidas ruidosas de Kim Jong Un.

Enquanto autoridades dos dois países alertaram que Kim poderia aumentar as tensões com um teste nuclear enquanto Biden está na região, o presidente americano disse que aliados democráticos devem aprofundar os laços.

Durante uma coletiva de imprensa com Yoon, Biden citou uma "competição (global) entre democracias e autocracias" e disse que a região Ásia-Pacífico é um campo de batalha crucial.

"Conversamos sobre nossa necessidade de estender isto para além de Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, mas a todo o Pacífico, Pacífico Sul e Indo-Pacífico. Penso que esta é uma oportunidade", disse Biden.

Embora a China se mantenha o principal adversário dos Estados Unidos nesta disputa, Biden ilustrou o duro desafio que enfrenta com a Rússia ao sancionar, na noite de sábado, a lei sobre uma ajuda de US$ 40 bilhões para ajudar a Ucrânia a combater as forças invasoras russas.

O projeto de lei, aprovado mais cedo pelo Congresso, foi levado a Seul para que Biden pudesse torná-lo lei sem tem que aguardar seu retorno a Washington na noite da próxima terça-feira.

Antes de deixar a Coreia do Sul, Biden se reuniu com o presidente da fabricante de automóveis Hyundai para comemorar uma decisão adotada pela companhia de investir US$ 5,5 bilhões em uma fábrica de veículos elétricos na Geórgia, sul dos Estados Unidos.

Ele também se reuniu com militares americanos e sul-coreanos juntamente com Yoon, um compromisso que um alto funcionário da Casa Branca disse ser capaz de "refletir a verdadeira natureza integrada" da aliança econômica e militar dos dois países.

No Japão, Biden se reunirá com o primeiro-ministro Fumio Kishida e o imperador Naruhito na segunda-feira antes da cúpula da aliança Quad na terça-feira, entre líderes de Austrália, Índia, Japão e Estados Unidos.

Também na segunda, Biden anunciará uma grande iniciativa americana para o comércio regional, o Marco Econômico Indo-Pacífico pela Prosperidade.

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Ameaça norte-coreana

Biden e Yoon disseram em um comunicado no sábado que "considerando a ameaça em evolução" da Coreia do Norte, eles "concordaram em iniciar discussões para expandir o escopo e a escala dos exercícios militares e treinamento combinados em e no torno da península coreana".

A possível intensificação de exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos e Coreia do Sul seria uma resposta à campanha norte-coreana de testes com armas alvos de sanções este ano, enquanto cresce o temor de um iminente lançamento de um novo míssil.

Eleito como uma forte mensagem pró-Estados Unidos, Yoon disse que ele e Biden "discutiram se nós precisaríamos lançar vários tipos de exercícios conjuntos para nos preparamos para um ataque nuclear".

Ele também especificou a necessidade de "aviões-caça e mísseis em uma mudança com relação ao passado, quando só pensava no guarda-chuva nuclear para dissuasão".

Qualquer escalada nos exercícios militares conjuntos americano-coreanos provavelmente irritaria Pyongyang, que vê estes exercícios conjuntos como ensaios para uma invasão.

Enquanto isso, Biden e Yoon ampliaram uma oferta de ajuda a Pyongyang, que recentemente anunciou estar no meio de um surto de covid-19, uma rara admissão de problemas domésticos.

O comunicado entre EUA e Coreia do Norte destacou que os dois presidentes "expressam preocupação com o recente surto de covid-19" e "estão dispostos a trabalhar com a comunidade internacional para dar assistência" à Coreia do Norte para ajudar a combater o vírus.

No domingo, a imprensa estatal norte-coreana informou que 2,6 milhões de pessoas estiveram com febre, com 67 mortes - o que eles alegam ser uma taxa de mortalidade de apenas 0,03%, apesar de uma população não vacinada onde a desnutrição é generalizada.

Enquanto Biden afirmou que não excluiria se reunir com Kim se ele fosse "sincero", informou que a dificuldade de lidar com um ditador imprevisível.

"Oferecemos vacinas, não apenas à Coreia do Norte, mas também à China, bem como estamos preparados para fazê-lo imediatamente", disse Biden durante coletiva de imprensa conjunta com Yoon. "Não tivemos resposta", acrescentou.

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