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Biden tenta em visita reorganizar relações Brasil-EUA

Vice dos EUA chega amanhã a Brasília com a incumbência de tentar reorganizar as relações entre a Casa Branca e o governo brasileiro

Joe Biden e sua neta Naomi assistem ao jogo entre Estados Unidos e Gana pela Copa do Mundo (Brian Snyder/Reuters)

Joe Biden e sua neta Naomi assistem ao jogo entre Estados Unidos e Gana pela Copa do Mundo (Brian Snyder/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2014 às 08h10.

Brasília - O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chega amanhã a Brasília com a incumbência de tentar reorganizar as relações entre a Casa Branca e o governo brasileiro, estremecidas desde a revelação, no ano passado, que a National Security Agency (NAS) espionou empresas e cidadãos no País, incluindo a própria presidente Dilma Rousseff.

O vice-presidente americano, já classificado pela presidente como "um sedutor", pretende mostrar ao governo brasileiro que sim, os Estados Unidos tomaram medidas para frear a ação da NSA e vão parar de espionar seus aliados.

Dificilmente, no entanto, trará as desculpas públicas que a presidente gostaria de ouvir.

assim, é provável que o governo brasileiro, depois de ter obtido sucesso em uma série de medidas internacionais sobre privacidade na rede - inclusive apoio internacional para mudanças na governança da internet - decida retomar a "relação em alto nível" entre os dois países já que, afora os dois presidentes, a relação continua.

Até porque, como avalia o Itamaraty, é muito difícil não ter relações com o segundo maior parceiro comercial do País. Nos primeiros quatro meses deste ano, 12% do comércio exterior brasileiro foi com os Estados Unidos.

As exportações cresceram 16,5%, chegando a US$ 8 bilhões. No programa Ciência Sem Fronteiras, menina dos olhos da presidente, as universidades americanas são o principal destino dos brasileiros, com 22 mil estudantes.

Em todas as oportunidades que teve, o governo americano deixou claro que a vinda do vice-presidente deve ser considerada como mais uma tentativa de reaproximação, uma retomada da "relação estratégica" entre Brasil e Estados Unidos.

Biden sempre foi uma das referências no contato diplomático entre os dois países. Esteve no Brasil em maio de 2013 e, em setembro, foi o responsável por telefonar para Dilma e tentar explicar a espionagem, além de ouvir diretamente as reclamações da presidente.

Tour

Em março deste ano, os dois se encontraram novamente na posse da presidente do Chile, Michele Bachelet.

Em uma conferência por telefone para apresentar a visita, oficiais do Departamento de Estado deixaram claro que, do tour de Biden pela América Latina - o presidente ainda vai a República Dominicana e Nicarágua - a viagem mais importante politicamente é ao Brasil, tratado como o parceiro estratégico com que os Estados Unidos precisa retomar os contatos de alto nível.

Dificilmente, no entanto, Biden deverá sair de Brasília com uma data para a visita de Estado cancelada por Dilma em setembro passado, quando descobriu a espionagem.

Não por falta de vontade da presidente. Em ano eleitoral, o governo americano evita receber presidentes candidatos à reeleição.

Mas, mesmo que uma exceção fosse feita, envolvida em um processo eleitoral complicado, Dilma não pretende nem mesmo ir à abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. Se for reeleita, a viagem poderá ficar para 2015. .

O vice-presidente será recebido pela manhã no Palácio do Jaburu pelo vice-presidente Michel Temer. De lá, os dois vão para o Palácio do Planalto, onde Biden terá uma audiência com Dilma. Depois disso, haverá uma declaração à imprensa dos dois vice-presidentes.

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