Joe Biden e Donald Trump: candidato democrata à frente das pesquisas. (Montagem EXAME. (Foto Biden: Stefani Reynolds. Foto Trump: Bloomberg)/Exame)
Marcelo Sakate
Publicado em 26 de setembro de 2020 às 16h12.
Última atualização em 26 de setembro de 2020 às 16h24.
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump, atrai mais apoio do que em 2016 entre eleitores hispânicos e a classe trabalhadora branca. Por outro lado, o seu adversário, Joe Biden, se saiu melhor do que a candidata anterior do Partido Democrata, Hillary Clinton, entre os mais velhos e os brancos com formação universitária.
Faltam menos de 40 dias para as eleições americanas, marcadas para o dia 3 de novembro.
Pesquisas do Wall Street Journal e da NBC News neste mês e em setembro de 2016 mostram Biden com vantagem maior hoje do que Hillary quatro anos atrás. O ex-vice-presidente tem 8 pontos de vantagem sobre Trump neste mês, enquanto Hillary tinha 5. Além disso, Biden aparece com mais força do que a ex-secretária de Estado em muitos dos Estados cruciais na disputa.
Mas uma comparação das pesquisas nas duas eleições mostram que Trump tem espaço para conseguir vencer no Colégio Eleitoral sem ficar à frente no voto popular, como ocorreu em 2016. Eleitores brancos da classe trabalhadora, sem formação universitária, são parcelas grandes do eleitorado em Estados cruciais como Wisconsin, Michigan e Pensilvânia. Com isso, a força do presidente entre esse grupo pode ajudá-lo. A melhora da avaliação dele entre eleitores hispânicos poderia ajudar na Flórida, entre outros locais.
Mas, ao mesmo tempo, a posição de Trump com outros grupos de eleitores se enfraqueceu. O quadro geral tanto em nível nacional como nos Estados mostra sua posição mais frágil do que quatro anos atrás.
Até a sexta-feira, 25, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos tinha 6,5 pontos percentuais de vantagem sobre Trump no agregado das pesquisas, enquanto Hillary tinha 3 pontos de vantagem na mesma época quatro anos atrás. Combinando-se as pesquisas em seis Estados-pêndulo (os swing states), cruciais na disputa -- Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Flórida, Carolina do Norte e Arizona --, Biden tem vantagem de 3,6 pontos porcentuais, enquanto Hillary possuía 1,5 ponto, segundo o Real Clear Politics.
Nos Estados Unidos, o vencedor da eleição presidencial é definido pelo chamado Colégio Eleitoral, em que cada um dos 50 estados americanos mais o Distrito de Columbia tem um peso e um número de delegados proporcional ao tamanho da população. São ao todo 538 delegados. Vence a eleição quem obter o apoio de 270 delegados. É um sistema de voto indireto.
Em 48 estados e em Columbia, a posição dos delegados no Colégio Eleitoral é definida pelo voto popular no sistema "o vencedor leva tudo". Isso significa que, por exemplo, na Califórnia, estado com maior peso na eleição com 55 delegados, se Biden ganhar por um voto de Trump entre os eleitores comuns, terá direito aos 55 votos dos delegados. É esse sistema que permite que um candidato tenha mais votos da população, mas perca a eleição mesmo assim. Foi o que aconteceu em 2016 e em outras ocasiões.
Alguns estados são historicamente de maioria republicana, e outros, de maioria democrata. Mas alguns costumam não ter uma preferência partidária clara e oscilam de eleição em eleição. São os "estados pêndulo", que acabam definindo o vencedor da disputa no país.