Armas: Biden afirmou que os fuzis de assalto são mais utilizados em massacres (Scott Morgan/Reuters)
AFP
Publicado em 12 de agosto de 2019 às 14h18.
O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, favorito para ser o candidato democrata nas eleições presidenciais de 2020, pediu nesta segunda-feira (12) o restabelecimento da proibição dos fuzis e propôs um programa de recompra para tirá-los das ruas.
Em coluna no jornal "The New York Times", Biden também pediu verificações mais rigorosas de antecedentes judiciais para os compradores de armas e um uso maior da "tecnologia de armas inteligentes", que permite que uma arma seja disparada apenas por seu proprietário autorizado.
"Temos um grande problema com as armas", disse Biden em um artigo publicado aproximadamente uma semana depois dos ataques a tiros de El Paso, Texas, e Dayton, Ohio, que deixaram 31 mortos.
"Os fuzis de assalto, armas de fogo de estilo militar desenvolvidas para disparar rapidamente, são uma ameaça para nossa segurança nacional, e devemos tratá-los como tal", disse o ex-senador de Delaware.
"Há dados impressionantes de que os disparos cometidos com fuzis de assalto matam mais pessoas do que os disparos com outros tipos de armas", afirmou.
"Os atiradores que querem cometer um massacre em massa escolhem fuzis de assalto com carregadores de alta capacidade que podem conter mais de 10 rodadas" de tiros, explicou Biden.
"Escolhem eles porque querem matar tantas pessoas quanto for possível sem ter que parar e recarregar", completou.
Biden disse que, se vencer as eleições de 2020, vai procurar restabelecer uma proibição de 1994 aos fuzis de assalto e carregadores de balas de alta capacidade.
"E, desta vez, vamos combinar isso a um programa de recompra, para tirar a maior quantidade de fuzis de assalto das nossas ruas, o mais rápido possível", declarou.
A lei de 1994 que proibia esses fuzis expirou em 2004.
Além de verificações mais rigorosas para os compradores de armas, Biden disse que iria "acelerar o desenvolvimento e a implementação da tecnologia de armas inteligentes (...) de modo que as armas sejam relacionadas à biometria dos proprietários autorizados".
Após os tiroteios em El Paso e Dayton, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que apoia a expansão das verificações de antecedentes, mas se pronunciou contra a proibição de fuzis de assalto.
A medida também conta com a oposição da National Rifle Association (NRA), um poderoso lobby armamentista nos Estados Unidos.