Mundo

Biden promete curar feridas raciais dos EUA e chama Trump de "polarizador"

Ex-vice-presidente de Obama disse que o assassinato de George Floyd foi um "despertar" para a nação

Joe Biden: "Não podemos partir neste momento pensando que podemos virar as costas mais uma vez e não fazer nada" (Jeremy Hogan / Echoes Wire/Barcroft Medi/Getty Images)

Joe Biden: "Não podemos partir neste momento pensando que podemos virar as costas mais uma vez e não fazer nada" (Jeremy Hogan / Echoes Wire/Barcroft Medi/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 2 de junho de 2020 às 15h52.

Última atualização em 2 de junho de 2020 às 19h02.

O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu em um discurso feito nesta terça-feira que tentará curar as divisões raciais dos Estados Unidos e repudiou a reação do presidente Donald Trump aos protestos contra o racismo e a má conduta da polícia.

Falando na Filadélfia  — uma cidade abalada por manifestações às vezes violentas nos últimos dias —, o ex-vice-presidente norte-americano tentou traçar um contraste vívido entre ele e Trump, a quem enfrentará na eleição presidencial de 3 de novembro.

Uma pesquisa divulgada neste domingo pela rede ABC News e pelo Washington Post revela que Biden tem uma vantagem de 10 pontos percentuais nas intenções de voto contra Trump.

"O país está clamando por liderança, liderança que possa nos unir", disse Biden em seu primeiro grande discurso em semanas.

Biden, que foi vice durante oito anos de Barack Obama — o primeiro presidente negro dos EUA — , se retrata como o candidato que entende melhor o sofrimento e o pesar de longa data das comunidades negras do país.

Ele disse que o assassinato de George Floyd, homem negro morto por um policial branco de Mineápolis na semana passada, foi um "despertar" para a nação, que precisa forçá-la a encarar a mácula do racismo sistemático.

"Não podemos partir neste momento pensando que podemos virar as costas mais uma vez e não fazer nada", afirmou o democrata. "Não podemos".

Biden criticou particularmente a visita do republicano Trump na segunda-feira a uma igreja diante da Casa Branca, antes da qual agentes das forças de segurança dispersaram uma multidão próxima da igreja com bombas de fumaça e granadas de atordoamento.

"Podemos ser perdoados por acreditar que o presidente está mais interessado no poder do que no princípio", disse Biden, que acusou o rival eleitoral de "servir às paixões" de sua base conservadora à custa do resto do país.

Biden prometeu que "não traficará com o medo ou a divisão", nem "atiçará as chamas do ódio".

Katrina Pierson, assessora sênior da campanha de Trump, acusou Biden em um comunicado emitido após o discurso de fazer "o cálculo político grosseiro de que os tumultos na América são um benefício para sua candidatura".

Ainda na segunda-feira, Trump classificou a violência registrada em alguns dos protestos de "atos de terror", e ameaçou mobilizar os militares para proteger as cidades norte-americanas.

Acompanhe tudo sobre:Eleições americanasEstados Unidos (EUA)Joe Biden

Mais de Mundo

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido

Eleições na Romênia agitam país-chave para a Otan e a Ucrânia

Irã e Hezbollah: mísseis clonados alteram a dinâmica de poder regional

Ataque de Israel ao sul do Líbano deixa um militar morto e 18 feridos