Mundo

Biden foi melhor presidente que Trump, dizem brasileiros que moram nos EUA

Democrata tem gestão melhor avaliada do que a do republicano entre a comunidade brasileira que vive nos EUA, aponta pesquisa do Ideia

Montagem com o ex-presidente Donald Trump e o atual presidente dos EUA, Joe Biden (AFP)

Montagem com o ex-presidente Donald Trump e o atual presidente dos EUA, Joe Biden (AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 15 de outubro de 2024 às 06h02.

Para brasileiros que vivem nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden foi melhor para a comunidade brasileira no país do que seu antecessor, o ex-presidente Donald Trump, mostra pesquisa do instituto Ideia.

O levantamento, obtido com exclusividade pela EXAME, aponta que 60% dos brasileiros entrevistados consideram a gestão do democrata melhor para a comunidade brasileira nos EUA. Para 33%, Trump foi melhor, enquanto 7% não sabem opinar.

O estudo ouviu 802 brasileiros, maiores de 18 anos, entre os dias 6 e 12 de outubro, nos estados da Flórida, Virgínia, Maryland, Nova Jersey, Nova York, Massachusetts, Texas, Illinois e Califórnia, além do Distrito de Columbia, onde fica a capital, Washington.

Trump foi eleito em 2016 com a plataforma de combater a imigração irregular nos Estados Unidos, enquanto Biden propôs uma abordagem mais humanizada a quem tenta entrar no país de forma ilegal. Durante o governo Biden, no entanto, a entrada de estrangeiros sem documentos no país bateu recorde.

Em 2022, 2,5 milhões de estrangeiros em situação irregular foram expulsos ou presos ao tentar entrar no país, segundo dados do governo americano. Foi o maior número já registrado na história, e mais de três vezes a média anual da década anterior.

O republicano busca um novo mandato nas eleições deste ano e segue prometendo combater a imigração. Ele propõe fazer remoções em massa de estrangeiros e apertar a segurança na fronteira com o México.

A vice-presidente Kamala Harris, que disputa a Presidência neste ano, promete melhorar o sistema de imigração, para conter a entrada de imigrantes irregulares, mas acelerar o processamento de solicitações. A democrata também culpa o Congresso, por não ter aprovado medidas propostas por Biden para reforçar a segurança na fronteira.

“A comunidade brasileira nos EUA é predominantemente democrata. Um dos motivos da escolha de Kamala Harris é a posição radical de Donald Trump com relação à imigração, tema chave desta eleição, diz Cila Schulman, presidente do instituto Ideia.

“Mesmo que estejam regularizados no país, os brasileiros temem que uma mudança drástica na legislação os expulse. Portanto, vivem um clima de maior insegurança pessoal, mesmo os que têm curso superior e renda”, prossegue Schulman.

Como votam os brasileiros nos EUA

O Ideia perguntou ainda a intenção de voto dos brasileiros que vivem nos Estados Unidos, têm cidadania americana e poderão votar nas eleições de lá. Dentre os entrevistados, 60% disseram que votarão em Kamala, 35% que preferem Trump, 2% preferem outro candidato (há nomes independentes na disputa) e 3% não sabem.

As pesquisas nacionais, que ouvem os americanos como um todo, mostram um cenário de empate técnico. O site 538, que agrega dados de várias pesquisas, mostra Kamala com 48,6% das intenções de voto, e Trump com 46,1%. Este cenário se mantém desde agosto, com ligeiras variações. A eleição será realizada em 5 de novembro.

O Ideia perguntou ainda quem os brasileiros que vivem nos EUA acha que vai ganhar a eleição. Metade deles (50%) avalia que Kamala será a vencedora, 45% dizem que Trump deve ganhar e 5% não sabem opinar.

Hoje cerca de 2 milhões de brasileiros vivem nos Estados Unidos, segundo estimativa do Itamaraty, um número 20% maior do que em 2016. Entre 2013 e 2022, 103 mil brasileiros obtiveram a cidadania americana, de acordo com dados do governo dos EUA.

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:Eleições EUA 2024Eleições americanasJoe BidenDonald Trump

Mais de Mundo

Exclusivo: Kamala tem 60% e Trump 35% entre brasileiros que votam nos EUA, diz pesquisa

China lidera produção científica global, diz relatório

Praga proíbe turismo em bares e tenta atrair visitantes mais 'cultos'

Irã afirma que 'não há base' para continuar negociações indiretas com os EUA