Pressionando, Biden já disse que não vai desistir da reeleição (Andrew Harnik /AFP)
Repórter colaborador
Publicado em 10 de julho de 2024 às 11h13.
Em novo editorial, dessa vez mais duro, o jornal The New York Times voltou a defender que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desista da reeleição.
Nesta terça (9), o jornal escreveu que Biden está "passando vergonha" e "colocando o seu legado em risco" ao manter a candidatura. Em caso de nova vitória, o democrata terminaria seu segundo mandato com 86 anos.
A pressão para que Biden desistisse de concorrer começou depois do debate de 27 de junho, quando apresentou um desempenho ruim contra Donald Trump. Biden "congelou" em alguns momentos, não terminou frases e alguns raciocínios ficaram confusos. Desde então, alguns políticos do partido e importantes doadores estão fazendo coro para Biden sair da disputa. Até agora, porém, o presidente não dá sinais de que irá desistir.
O NYT também diz que, uma vitória de Trump,"um inapto a ser presidente", colocaria em risco a democracia e que ainda há tempo de convencer os eleitores a esse respeito. "Mas os democratas terão dificuldade (...) enquanto seu próprio representante for um homem que também parece inapto para servir como presidente pelos próximos quatro anos", afirmou em tom mais duro o jornal.
A publicação ainda diz que Biden "parece ter perdido a noção do próprio papel nesse drama nacional" ao querer seguir na disputa. "Ele não parece entender que agora ele é o problema —e que a melhor esperança para os democratas manterem a Casa Branca é que ele desista."
Na semana passada, outro veículo de prestígio, a revista britânica The Economist, mostrou uma montagem com um andador na capa, ao lado da frase "não tem como governar o país".
Biden tem dito nos últimos dias que não pretende deixar a disputa e que tem condições de vencer Trump e governar o país. O presidente conquistou delegados suficientes nas primárias para ser candidato do partido, e tecnicamente não pode ser retirado da disputa, a menos que ele desista por conta própria. Apesar das falas públicas do democrata, a pressão vinda de setores do partido e de doadores prossegue.