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Biden encontra presidente de Israel em meio à tensão no Oriente Médio

Presidente americano recebe Reuven Rivlin nesta segunda na Casa Branca; no domingo forças aéreas americanas atacaram bases de terroristas na Síria e no Iraque

O presidente americano Joe Biden recebe nesta segunda-feira, 28, na Casa Branca, o presidente de Israel, Reuven Rivlin. O encontro deve servir como um "reset" na relação dos dois países (Brandon Bell/Getty Images)

O presidente americano Joe Biden recebe nesta segunda-feira, 28, na Casa Branca, o presidente de Israel, Reuven Rivlin. O encontro deve servir como um "reset" na relação dos dois países (Brandon Bell/Getty Images)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 28 de junho de 2021 às 06h51.

Última atualização em 28 de junho de 2021 às 07h39.

O presidente americano Joe Biden recebe nesta segunda-feira, 28, na Casa Branca, o presidente de Israel, Reuven Rivlin.

O encontro deve servir como um "reset" na relação dos dois países após quase uma década de governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

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No período, a política de expansão de comunidades judaicas sobre terras reclamadas por palestinos provocou críticas da comunidade internacional - inclusive dos Estados Unidos.

Rivlin chega à Casa Branca em meio ao fim de um impasse de quase dois anos no Parlamento israelense sobre quem tem o apoio suficiente para ocupar o cargo de primeiro-ministro. No começo de junho, o empresário ultradireitista Naftali Bennett conseguiu formar uma coalizão com mais apoio do que Netanyahu.

Encontro com novo governo

No domingo, o secrectário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, encontrou-se em Paris com o novo ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid. O encontro de Blinken com Lapid é o primeiro contato pessoal entre o governo Joe Biden e a coalizão que encerrou o mandato de Netanyahu.

No encontro, Lapid expressou ao chefe da diplomacia dos Estados Unidos as "sérias reservas" de seu país a respeito das negociações com o Irã sobre o acordo nuclear, durante um encontro neste domingo em Roma.

"Israel tem sérias reservas sobre o acordo nuclear do Irã que está sendo elaborado em Viena. Acreditamos que a forma de discutir estas divergências é por meio de conversas diretas e profissionais, não em entrevista coletivas", afirmou Yair Lapid a Antony Blinken.

Lapid também afirmou que durante os "últimos anos foram cometidos erros" na relação bilateral entre a administração do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ex-presidente Donald Trump.

"Vamos consertar os erros juntos", disse o chefe da diplomacia israelense.

Lapid, idealizador da coalizão heterogênea que afastou Netanyahu do poder e futuro primeiro-ministro, segundo um acordo de governo, viajou a Roma para reunir-se com Blinken, que encerra na Itália uma viagem pela Europa que também passou por Alemanha e França.

Os dois examinarão, além das negociações para restabelecer o acordo de Viena de 2015 sobre a capacidade nuclear do Irã, a preservação do frágil cessar-fogo em Gaza após a recente guerra de 11 dias entre Israel e o movimento palestino Hamas.

Ataques aéreos

 

A aproximação entre Estados Unidos e Israel ocorre em meio a ataques aéreos de forças militares americanas no Oriente Médio. O Pentágono anunciou neste domingo (27) que realizou ataques aéreos seletivos contra "instalações utilizadas por grupos de milicianos apoiados pelo Irã" na fronteira entre a Síria e o Iraque, que deixaram cinco mortos, segundo uma organização humanitária.

"Seguindo as instruções do presidente (Joe) Biden, as forças militares americanas executaram esta noite ataques aéreos defensivos de precisão contra instalações utilizadas por grupos de milicianos apoiados pelo Irã na região fronteiriça entre o Iraque e a Síria", disse o secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby.

Kirby acrescentou que os alvos - dois na Síria e um no Iraque - foram selecionados porque "estas instalações são utilizadas por milícias apoiadas pelo Irã que participam de ataques com veículos aéreos não tripulado contra o pessoal e as instalações americanos no Iraque".

O Pentágono não revelou um balanço de vítimas, mas o Observatório Sírio de Direitos Humanos, uma ONG com sede no Reino Unido, "pelo menos cinco milicianos apoiados pelo Irã morreram e vários outros ficaram feridos no ataque aéreo americano".

A agência estatal síria de notícias SANA informou que uma criança morreu e pelo menos três pessoas ficaral feridas.

Kataeb Hezbollah e Kataeb Sayyid al Shuhada, duas facções militares iraquianas de linha dura com vínculos estreitos com Teerã, estavam entre os "vários grupos de milicianos respaldados pelo Irã que utilizaram as instalações atacadas", disse Kirby.

Quatro combatentes do grupo Hashed Al Shaabi no Iraque morreram nos ataques dos Estados Unidos, segundo uma das facções que integra o movimento.

O grupo prometeu vingar os "mártires".

Desde o começo do ano, foram registrados mais de 40 ataques contra interesses americanos no Iraque, onde 2.500 militares americanos estão mobilizados como parte de uma coalizão internacional para combater o grupo jihadista Estado Islâmico.

A grande maioria foram bombas contra comboios logísticos, enquanto 14 foram ataques com foguetes, alguns dos quais foram reivindicados por facções pró-iranianas que visam a pressionar Washington a retirar suas tropas.

"Em vista da série de ataques contínuos de grupos apoiados pelo Irã que têm como alvo interesses dos Estados Unidos no Iraque, o presidente instruiu ações militares para interromper e desencorajar estes ataques", disse Kirby.

"Concretamente, os ataques americanos visaram instalações operacionais e de armazenamento de armas em duas localizações na Síria e uma no Iraque, próximas à fronteira entre os dois países", acrescentou.

Diplomacia

Na frente diplomática, os ataques americanos ocorreram dois dias depois que Estados Unidos e França advertiram o Irã que o tempo estava acabando para o retorno a um acordo nuclear, expressando o temor de que as atividades atômicas de Teerã possam avançar em caso de prorrogação das negociações.

A volta ao acordo com o Irã foi uma promessa de Biden depois que o texto uclear foi abanadonado por seu antecessor, Donald Trump. "Temos um interesse nacional em tentar voltar a colocar o problema nuclear na caixa em que estava" no acordo, disse o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

A agência nuclear da ONU afirmou na sexta-feira que não recebeu resposta de Teerã sobre a possível extensão de um acordo temporário que cobre as inspeções nas instalações nucleares iranianas e que expirou na quinta-feira.

Os ataques ocorrem um dia depois de autoridades curdo-iraquianas terem dito que três drones carregados com explosivos atingiram a cidade de Arbil, no norte do Iraque, onde os Estados Unidos têm um consulado.

Também ocorrem enquanto a Hashed al-Shaabi, uma aliança paramilitar pró-iraniana contrária à presença dos Estados Unidos no Iraque, conduziu uma parada militar perto de Bagdá, da qual participaram altos funcionários.

Em abril, um drone carregado com explosivos atacou o quartel-general da coalizão no Iraque na parte militar do aeroporto de Arbil, capital do Curdistão iraquiano.

Este tipo de ataque representa uma dor de cabeça para a coalizão, pois os drones conseguem escapar das defesas aéreas.

"Como demonstrado pelos ataques desta noite, o presidente Biden tem deixado claro que agirá para proteger o pessoal dos Estados Unidos", disse Kirby.

(Com Reuters e AFP)

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