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Biden e Sanders criticam reação de Trump ao coronavírus

Pré-candidatos democratas criticaram postura supostamente xenofóbica de Trump e suspensão de voos da Europa

Donald Trump: país tem mais de mil casos confirmados, 39 mortes e uma escassez nacional de kits de testes (Yuri Gripas/Reuters)

Donald Trump: país tem mais de mil casos confirmados, 39 mortes e uma escassez nacional de kits de testes (Yuri Gripas/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de março de 2020 às 08h34.

Última atualização em 13 de março de 2020 às 08h36.

São Paulo — A pandemia de coronavírus se transformou em tema da campanha americana. Nesta quinta-feira, 12, os dois pré-candidatos democratas, o ex-vice-presidente Joe Biden e o senador Bernie Sanders, criticaram a resposta de Donald Trump, tentando estabelecer um contraste claro com o discurso do presidente na noite de terça-feira.

"Infelizmente, este vírus desnudou as limitações graves do governo atual", disse Biden, que acusou o presidente americano de "xenofobia" ao se referir à doença como um "vírus estrangeiro". "O coronavírus não discrimina com base em origem nacional, raça, gênero ou código postal. Proibir todas as viagens da Europa ou qualquer outra parte do mundo pode desacelerá-lo, mas, como vimos, não o deterá."

Sanders, que disputa com Biden quem será o candidato democrata nas eleições de novembro, também aproveitou para atacar a reação da Casa Branca. "A incompetência de Trump colocou em risco a vida de muitos americanos", disse o senador, que defendeu que o presidente declare estado de emergência no país. "Como o Trump é incapaz de liderar, devemos reunir um grupo de emergência com especialistas para dar uma resposta abrangente com base na ciência e nos fatos."

Do outro lado, na Casa Branca, a campanha do republicano começa a se preocupar com o avanço do vírus. Desde o início, o presidente tentou minimizar o impacto da pandemia, principalmente em razão da percepção de que a reeleição dependia dos bons números da economia americana e do crescimento do mercado financeiro.

Agora, com mais de mil casos confirmados, 39 mortes e uma escassez nacional de kits de testes, a Casa Branca entrou na linha de frente das críticas. "A reação inicial de Trump, minimizando e politizando o vírus, arranhou a credibilidade do governo", disse Mike DuHaime, um estrategista republicano. "A força da campanha do presidente está na economia. Se ela naufragar, ele será politicamente afetado."

"Atualmente, eu preferia muito mais ser Joe Biden que Donald Trump", afirmou à Reuters um republicano próximo da Casa Branca. "Um mês atrás, tinha Sanders como provável adversário, a economia saudável e sua popularidade crescendo após o impeachment. O coronavírus foi um desastre."

Independentemente do resultado eleitoral em novembro, a pandemia já mudou a campanha americana. Os democratas anunciaram ontem que o debate entre Sanders e Biden, que seria realizado a portas fechadas no domingo, em Phoenix, foi transferido para Washington.

As próximas prévias são na terça-feira em quatro Estados: Arizona, Florida, Illinois e Ohio. Com os comícios temporariamente suspensos, a campanha passou a ser realizada de maneira virtual, com os assessores trabalhando de casa.

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