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Biden e republicanos buscam acordo sobre a dívida para evitar default

Democratas e republicanos não concordam a respeito do aumento, que é indispensável para que o país cumpra seus pagamentos

EUA: O país superou em janeiro o limite máximo da dívida pública (JIM WATSON/AFP/Getty Images)

EUA: O país superou em janeiro o limite máximo da dívida pública (JIM WATSON/AFP/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 16 de maio de 2023 às 09h12.

Última atualização em 16 de maio de 2023 às 09h16.

O presidente democrata Joe Biden se reunirá novamente nesta terça-feira, 16, com os líderes republicanos do Congresso dos Estados Unidos para tentar alcançar um acordo e elevar o teto da dívida, o que evitaria o temido 'default', que teria graves consequências para a economia global.

Democratas e republicanos não concordam a respeito do aumento, que é indispensável para que o país cumpra seus pagamentos, evite um default e pague os fornecedores e os salários dos funcionários públicos, além das pensões.

Elevar o limite de emissão da dívida costuma ser um procedimento de rotina no país, que utiliza esse sistema há décadas. Mas desta vez os congressistas não chegam a um acordo porque nenhum lado pretende ceder.

Os republicanos se negam a autorizar um aumento ou a suspensão do teto da dívida, exceto se o governo aceitar cortes draconianos dos gastos públicos. O presidente Biden não aceita e até o momento não perdeu seu otimismo característico. O presidente da Câmara de Representantes, o republicano Kevin McCarthy, é pessimista.

"Continuo pensando que estamos muito distantes", declarou na segunda-feira. "Ainda não parece que eles querem um acordo", acrescentou, apesar das reuniões no fim de semana entre representantes dos dois partidos. O morde e assopra ameaça provocar graves problemas para a maior economia do mundo.

O país superou em janeiro o limite máximo da dívida pública, que é de 31,4 trilhões de dólares (153,6 trilhões de reais, na cotação atual), e desde então adotou medidas extraordinárias que só permitem cumprir as obrigações por um determinado tempo.

Os Estados Unidos podem entrar em default em 1º de junho caso um acordo não seja alcançado no Congresso, advertiu na segunda-feira a secretária do Tesouro, Janet Yellen, com base em "informações adicionais agora disponíveis".

Segundo Yellen, o país já está sentindo os efeitos concretos da crise política do teto da dívida e citou, em particular, o aumento do custo de endividamento para o governo americano.

"Os investidores ficaram mais relutantes a manter a dívida soberana que vence em junho", afirmará nesta terça-feira Yellen em um discurso na 'Independent Community Bankers of America' (ICBA), que teve alguns trechos divulgados antecipadamente.

Os pagamentos do Tesouro podem ser interrompidos por alguns dias até que, em meados de junho, a arrecadação aumente com a temporada de pagamento de impostos.

"Se o Congresso não conseguir elevar o teto da dívida antes do default, entraremos em uma recessão e será catastrófico", advertiu Wally Adeyemo, subsecretário do Tesouro.

Default pode provocar perda de milhões de empregos

O cenário pode provocar a perda de "milhões de empregos", insistiu. A situação levou Biden a considerar a 14ª Emenda, que torna o teto da dívida inconstitucional, mas representa complicações jurídicas das quais o presidente afirma ter consciência.

Os analistas consideram outras possibilidades como cenários mais prováveis, como um aumento a curto prazo ou a suspensão do limite da dívida.

Em 2011, as divergências entre democratas e republicanos para aumentar o teto da dívida foram um dos motivos que levaram o país a perder temporariamente a maior nota de crédito, a cobiçada "AAA".

Um default nos Estados Unidos também teria "graves consequências" para a economia global, afirmou na semana passada a diretora de comunicações do Fundo Monetário Internacional (FMI), Julie Kozack.

Além das consequências econômicas, Kozack alerta que a situação provocaria taxas mais elevadas e maior instabilidade.

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