Mundo

Biden diz que Putin é responsável pela morte de Alexei Navalny

Biden diz que Putin é responsável pela morte de Alexei Navalny

Joe Biden: Presidente dos Estados Unidos enfrenta grandes problemas em seu governo (Andrew Caballero-Reynolds/AFP)

Joe Biden: Presidente dos Estados Unidos enfrenta grandes problemas em seu governo (Andrew Caballero-Reynolds/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 16 de fevereiro de 2024 às 15h25.

Última atualização em 16 de fevereiro de 2024 às 15h26.

O presidente americano Joe Biden afirmou, nesta sexta-feira, que o presidente russo Vladimir Putin é responsável pela morte de Alexei Navalny, o principal opositor do Kremlin. Segundo o democrata, “o que aconteceu a Navalny é ainda mais uma prova da brutalidade de Putin”.

A declaração está alinhada com a do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que disse que a União Europeia (UE) “responsabiliza o regime russo por esta morte trágica”. Chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, também acusou o governo de ser “responsável” pela morte. A Chancelaria russa, por sua vez, rejeitou o que chamou de “acusações grosseiras”.

“Em vez de fazer acusações grosseiras, valeria mais dar demonstrações de moderação e aguardar os resultados oficiais da investigação médica”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores russo em comunicado. Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov acusou os líderes ocidentais de reações “absolutamente inaceitáveis” e “histéricas”. A esposa de Navalny, Yulia, disse que considera Putin pessoalmente responsável pela morte de seu marido. Ela apelou à comunidade internacional para “se unir e derrotar este regime maligno e aterrorizante”.

Nesta sexta-feira, o Serviço Penitenciário Federal do país declarou que Navalny “sentiu-se mal após uma caminhada, perdendo quase imediatamente a consciência”. O órgão afirmou que as causas da morte estão sendo investigadas. Porta-voz do detento, Kira Yarmysh, disse que ainda não tem “nenhuma confirmação” sobre o ocorrido.

Nas redes sociais, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, escreveu que “Alexei Navalny lutou pelos valores da liberdade e da democracia”, e que, “por seus ideais, ele fez o sacrifício supremo”. Ele acrescentou que “a União Europeia responsabiliza o regime russo por esta morte trágica”.

A Casa Branca afirmou que, se confirmada, a morte de Navalny seria “uma terrível tragédia”. À NPR, Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional do presidente americano Joe Biden, pontuou que “o longo e sombrio” histórico do Kremlin de assediar seus opositores “levanta questões reais e óbvias sobre o que aconteceu”. Já Blinken foi mais direto, culpando diretamente o governo.

Da Europa, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse que o incidente é “uma enorme tragédia” para o povo da Rússia, enquanto o ministro das Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide, reforçou que Moscou carrega “uma grande responsabilidade” pelo caso.

Na Ucrânia, o assessor presidencial Andriy Yermak disse que Putin “teme qualquer competição”. Ele escreveu que o líder é “o mal supremo”, e que “a vida dos russos não significa nada para ele”. “Todos que pedem por negociações [sobre a guerra na Ucrânia devem perceber que ele não pode ser confiável. A única linguagem que ele entende é a força”, continuou.

O chanceler francês, Stephane Sejourne, ressaltou que Navalny “pagou com a via a sua resistência a um sistema de opressão”. Ele expressou condolências à família do opositor e ao povo russo, pontuando que a morte do detento é um lembrete sobre “a realidade do regime de Vladimir Putin”. Na sequência, o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, exigiu que sejam esclarecidas as circunstâncias da morte. O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez disse estar “chocado” com a ocorrência.

O presidente da Letônia, Edgars Rinkevics, disse que Navalny foi “brutalmente assassinado”. “Independentemente do que você pensa sobre Alexei Navalny como político, ele foi brutalmente assassinado pelo Kremlin. Isso é um fato e isso é algo que se deve saber sobre a verdadeira natureza do regime atual da Rússia”, escreveu Rinkevics nas redes sociais, oferecendo condolências aos familiares do opositor.

Já o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) disse, nesta sexta-feira, estar "indignado" com a morte.

"Todos os presos ou condenados a diversas penas de prisão por causa do exercício legítimo de seus direitos, sobretudo do direito da liberdade de reunião e de expressão pacíficas, devem ser libertados imediatamente e todas as acusações contra eles devem ser abandonadas", afirmou o ACNUDH em um comunicado.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Governo BidenJoe BidenRússiaVladimir Putin

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia