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Biden culpa os que não se vacinaram por alta de casos nos EUA

Apesar dos bons dados de criação de empregos, alta de hospitalizações entre não vacinados já faz EUA frear a reabertura. "Minha mensagem hoje não é de celebração", disse Biden

Joe Biden: os não vacinados seguem sendo dor de cabeça para o presidente (Sipa USA/Reuters)

Joe Biden: os não vacinados seguem sendo dor de cabeça para o presidente (Sipa USA/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 6 de agosto de 2021 às 19h50.

Última atualização em 6 de agosto de 2021 às 20h09.

A expectativa nesta sexta-feira, 6, era que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usasse um pronunciamento na Casa Branca para comemorar os bons dados de criação de empregos no país divulgados nesta semana.

No entanto, a fala do mandatário americano foi menos otimista, e culpou o número de não vacinados nos EUA pela alta recente de casos de coronavírus. No país, sobram doses, mas muitos ainda não querem se vacinar.

"Minha mensagem hoje não é de celebração", disse Biden.

"É para nos lembrar que temos ainda muito trabalho a ser feito, tanto para derrotar a variante delta quanto para continuar avançando em nossa recuperação econômica."

  • Nos EUA, 58% da população tomou ao menos uma dose da vacina contra a covid-19;
  • E 50% foi totalmente vacinada;
  • Se contabilizados somente adultos, são 61% totalmente vacinados.
  • Mais de 60 milhões de adultos elegíveis ainda não se vacinaram nos EUA.

Na manhã desta sexta-feira, o relatório oficial de empregos não agrícolas, o payroll, revelou a criação de 943.000 postos de trabalho em julho, superando as estimativas de mercado que giravam em torno de 845.000 e 870.000. 

Já a taxa de desemprego americana caiu de 5,9% para 5,4%, a mínima desde o início da pandemia (o esperado era 5,7%). 

O resultado ajudou as principais bolsas americanas e o Ibovespa brasileiro a fecharem em alta no pregão de hoje.

Falta de vacinas pode prejudicar a economia

Apesar do bom resultado no mercado de trabalho, Biden voltou a se referir à covid-19 como a "pandemia dos não vacinados" e mostrou preocupação com o impacto dos novos casos de covid-19 na recuperação da economia.

Os dados de emprego foram calculados até meados de julho, e desde então, as expectativas sobre a reabertura da economia degringolaram com o aumento de casos. Uma série de empresas já anunciou adiamento dos planos de retorno ao escritório e o número de hospitalizações subiu.

Desde o começo de julho, a média móvel em sete dias de novos casos diários no país saltou da casa dos 13.000 para mais de 90.000 confirmados.

Pelo menos 80% dos novos casos de covid-19 analisados nos EUA já são da variante delta.

O número de novas mortes, felizmente, não subiu na mesma proporção, seguindo abaixo de 400 vítimas diárias, o que especialistas apontam ser provavelmente um efeito da vacinação.

Mas a situação preocupa sobretudo em regiões com menor número de vacinados, como em estados do sul e do interior do país, mais conservadores.

Biden tem entrado em embate com governos de estados onde a vacinação está baixa. Governadores como Ron DeSantis, na Flórida (estado onde Biden perdeu em 2020) relutam em voltar a exigir dos cidadãos medidas como uso de máscara.

Nesta semana, em discurso duro, Biden chegou a dizer que governadores deveriam ajudar a combater a pandemia "ou sair do caminho."

Novos estudos têm mostrado que as vacinas contra a covid-19, embora evitem a maioria dos casos graves da doença, não impedem que um infectado com a variante delta transmita o vírus para outra pessoa.

Com este cenário, ficou mais difícil conter a pandemia se mais pessoas não se vacinarem.

O governo Biden cogita oferecer um estímulo de 100 dólares por pessoa a se vacinar, como estados e cidades já têm feito.

Mais de 9 em cada 10 casos de hospitalização ou morte por covid-19 nos EUA ocorreram em pacientes que não foram completamente vacinados, segundo estudo da Kaiser Family Foundation.

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