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BID pede que bancos da AL aproveitem potencial feminino

Banco Interamericano de Desenvolvimento apresentou estatísticas que destacam o mercado feminino como o mais importante do mundo atualmente


	Mulheres participam de reunião: para chefe da Divisão de Mercados Financeiros do BID, a chamada economia feminina representa um mercado com mais potencial, inclusive, que o da China (Thinkstock)

Mulheres participam de reunião: para chefe da Divisão de Mercados Financeiros do BID, a chamada economia feminina representa um mercado com mais potencial, inclusive, que o da China (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2014 às 18h11.

Costa do Sauípe - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) pediu nesta sexta-feira às instituições financeiras latino-americanas para aproveitarem o potencial das mulheres, que considera como o futuro do mercado econômico.

Em um dos seminários de sua assembleia anual, cuja atual edição é realizada na Costa do Sauípe, na Bahia, o BID apresentou estatísticas que destacam o mercado feminino como o mais importante do mundo atualmente.

Além disso, o BID advertiu que, na América Latina, o potencial é ainda maior porque a região é uma das que menos tem o público feminino como cliente bancário.

"Metade da população não pode ser considerada apenas como um nicho de mercado, mas como um mercado com grande potencial", afirmou Gema Sacristan, chefe da Divisão de Mercados Financeiros do BID, no seminário "O futuro dos bancos se escreve com M de mulher", no evento que começou ontem e segue até o domingo.

De acordo com as estatísticas apresentadas pela executiva do BID, as mulheres são responsáveis por 64% das decisões sobre compras no mundo.

"Bilhões de mulheres entrarão na economia formal nos próximos anos", afirmou Gema, para quem a chamada economia feminina representa um mercado com mais potencial, inclusive, que o da China.

Ela citou estatísticas que mostram que as mulheres são melhores pagadoras do que os homens, oferecem menos risco para os bancos, compram mais produtos financeiros e têm maior taxa de fidelidade e menor taxa de abandono de um banco.


"Gostem ou não, as mulheres somos mais fiéis aos bancos", afirmou.

Ela acrescentou que isso não impede que 46% das mulheres afirmem não estarem muito satisfeitas com seus bancos. Para Gema, as instituições financeiras latino-americanos que quiserem aproveitar este potencial não podem oferecer uma aproximação artificial e vender às suas clientes apenas "cartões bancários cor-de-rosa" sem qualquer outro benefício.

"A estratégia não é oferecer produtos novos às mulheres, mas adaptar os já existentes para que atendam às necessidades da economia feminina. O importante, por isso, é saber o que essas novas clientes querem", disse.

Barbara Magnoni, representante da empresa de consultoria americana EA Consultants, afirmou no seminário que os estudos indicaram que as mulheres empreendedoras buscam nos bancos, além de crédito, educação financeira e apoio aos processos de formalização de suas empresas.

Para Rebecca Ruf, da americana Global Banking Alliance for Women, a América Latina é uma das regiões com as maiores disparidades do mundo quanto a número de contas bancárias e população, assim como entre números de clientes masculinos e femininos.

Ela garantiu que esse potencial aumentou significativamente pela revolução demográfica que a região viveu nos últimos anos e que levou 50 milhões de pessoas à classe média.

"Mas os bancos até agora não reconheceram este potencial e também o fato de que as mulheres são proporcionalmente as que mais obtêm títulos universitários na região e são as mais empreendedoras", lamentou.

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