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BID: Mercado de carbono auxilia o desenvolvimento sustentável

Especialista em mudanças climáticas do BID afirma que o mercado de créditos de carbono é um importante indutor de tecnologias limpas e projetos verdes

Em 2008, o mercado de carbono movimentou 126 bilhões de dólares. (Getty Images)

Em 2008, o mercado de carbono movimentou 126 bilhões de dólares. (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 4 de novembro de 2010 às 15h21.

São Paulo - Desde a criação do Protocolo de Kioto, em 1998, a poluição recebeu um valor monetário conhecido como crédito de carbono. Esse mercado, além de rentável (chegou a movimentar 126 bilhões de dólares em 2008) abriga mecanismos de flexibilização de emissões de Gases de Efeito Estuda (GEE) que preveem a criação de projetos "verdes" de compensação de emissões em países em desenvolvimento.

"O mercado de carbono é um instrumento de estímulo a projetos de desenvolvimento sustentável", afirma Francisco Arango, especialista em Mudanças Climáticas do Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID), que participou nesta quarta (3) de um evento sobre o tema promovido pela BM&FBovespa em SP.

Ao estabelecer as metas para redução das emissões de gases efeito estufa, o Protocolo de Quioto admitiu a utilização de mecanismos de flexibilização para que os limites de mitigação impostos não prejudicassem o desenvolvimento econômico dos países signatários.

Segundo Arango, a modalidade de flexibilização que mais se expandiu no Brasil e no mundo foi o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a venda de créditos de carbono originários da redução de emissões de GEE nos países em desenvolvimento ao países desenvolvidos. "Dessa forma, as nações com restrições de emissões conseguem alinhar crescimento econômico e investimento em projetos sustentáveis que auxiliam regiões em desenvolvimento", diz.

Mercados voluntários

Grupos e setores fora da obrigatoriedade de reduzir emissões de acordo com o Protocolo de Kyoto ou empresas de países não signatários do Protocolo de Kyoto (como as dos EUA) têm a opção de comercializar créditos de carbono nos chamados mercados voluntários.

As empresas que operam aí destinam parte de suas receitas ao financiamento de projetos sustentáveis, como captura de metano em áreas voltadas à pecuária ou implementação de energias renováveis. Para Einer Telles, assessor sênior da Carbon Point, empresa de compensação de carbono, o mercado voluntário é um complemento importante ao mercado regulatório capitaneado pelo MDL. "Trata-se de um corte de emissões mais profundo que o que vem sendo feito pelas partes mandatórias", afirma.

Segundo o especialista, o mercado voluntário oferece oportunidades para novos negócios e iniciativas. "Esses programas permitem a criação de tecnologias limpas e know-how, além de auxiliar o desenvolvimento da economia verde", diz.

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