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Biblioteca publica últimas horas de gravações de Kennedy

Durante a Administração de JFK foram registradas mais de 248 horas de conversas e reuniões do presidente e 12 horas de conversas telefônicas

As fitas abrangem uma ampla gama de temas importantes, eventos e momentos históricos como discussões sobre a Guerra do Vietnã e sobre a campanha presidencial de 1964 (Darren McCollester/Getty Images)

As fitas abrangem uma ampla gama de temas importantes, eventos e momentos históricos como discussões sobre a Guerra do Vietnã e sobre a campanha presidencial de 1964 (Darren McCollester/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 17h44.

Washington - A Biblioteca e Museu Presidencial John F. Kennedy de Boston anunciou nesta terça-feira que pôs à disposição do público as últimas 45 horas de gravações que a Casa Branca realizou durante os últimos três meses de seu governo.

Durante a Administração de JFK foram registradas mais de 248 horas de conversas e reuniões do presidente e 12 horas de conversas telefônicas com um sistema chamado Dictabelt, que continua sendo um segredo cuidadosamente guardado.

'A biblioteca esteve revisando e abrindo estas fitas secretas sistematicamente desde 1993. Estamos muito contentes de ter completado o processo e sabemos que os pesquisadores estarão fascinados com estas gravações dos últimos dias de John F. Kennedy como presidente', disse hoje Tom Putnam, diretor da Biblioteca através de um comunicado.

As fitas abrangem uma ampla gama de temas importantes, eventos e momentos históricos como discussões sobre a Guerra do Vietnã, a campanha presidencial de 1964, uma discussão com o então ministro de Relações Exteriores russo, Andrei Gromyko, visitas de seus filhos ao Salão Oval e as gravações feitas antes que o presidente partisse para sua última viagem ao Texas.

Durante uma reunião em 10 de setembro de 1963, relativa ao conflito no Vietnã, o presidente Kennedy expressou sua frustração com os relatórios contraditórios de seus assessores militares e diplomatas e lhes pediu que explicassem por que seus testemunhos contrastavam tanto. 'Vocês dois foram ao mesmo país?', reclamou na época.

Outro registro mostra Kennedy preocupado por sua imagem entre os democratas e seus efeitos eleitorais.


'O que podemos fazer para que eles decidam que querem votar em nós? O que é que temos que vender?', se perguntou o líder enquanto preparava sua campanha presidencial de 1964.

Para otimizar sua presença na convenção democrata programada para então, Kennedy propôs uma transmissão em cores.

'Deveríamos transmiti-la em cores? (...) É provável que um milhão a veja em cores e isso teria um efeito. Não sei quanto mais caro é. Mas seria um grande efeito na convenção', debateu com seus assessores.

A última gravação é de 20 de novembro de 1963 e nela é possível escutar Kennedy comentando seus planos para a semana seguinte. Dois dias depois, foi assassinado em Dallas, Texas.

'Embora, por um lado, a publicação das gravações finais seja um marco amargo, por outro esperamos que o público aprecie a oportunidade que é escutar estas importantes discussões em primeira mão', disse Maura Porter, supervisora da divulgação das fitas desde 2001.

'As gravações presidenciais são um tesouro histórico. (...) Não há caminho melhor para apresentar os fatos que escutar os próprios protagonistas', acrescentou.

David Coleman, professor da Universidade da Virgínia, que dirige o Programa de Gravações Presidenciais, explicou hoje que a publicação destes arquivos é significativa porque Kennedy optou por gravar momentos concretos e importantes.

'Kennedy não gravou fitas tão sistematicamente como (os presidentes) Johnson ou Nixon. Mas o que gravou eram quase sempre conversas muito importantes. O que temos é uma rica coleção incomum de decisões que foram tomadas em tempo real', concluiu. 

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