Bezerra: "Nunca houve indicação ou nomeação de parente por parte do ministro da Integração para a diretoria da Codevasf" (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2012 às 17h09.
Brasília - O ministro da Integração, Fernando Bezerra, disse hoje que não teve qualquer ingerência sobre a escolha de seu irmão, Clementino Coelho, para a presidência interina da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf).
Bezerra disse também que o seu estado de origem, Parnambuco, não foi beneficado com repasse de verbas e que seu filho, deputado Fernando Coelho não foi favorecido com liberação de emendas parlamentares por seu ministério, durante depoimento no Congresso Nacional.
Apesar de a companhia ser subordinada à pasta comandada por Bezerra, o ministro explicou à comissão representativa do Congresso Nacional que Coelho foi escolhido para o cargo porque o estatuto da Codevasf prevê que, em caso de vacância do cargo de presidente, deve assumir o diretor mais antigo.
“Nunca houve indicação ou nomeação de parente por parte do ministro da Integração para a diretoria da Codevasf. A oportunidade que surgiu para que Clementino Coelho ocupasse a presidência da companhia foi pela vacância do cargo”, explicou o ministro, lembrando que seu irmão assumiu o cargo de diretor em 2003.
Bezerra também procurou se defender das acusações de que beneficiou o seu estado, Pernambuco, no repasse de verbas do ministério para a defesa civil em detrimento de outros estados afetados por desastres naturais, como Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Segundo o ministro, dos R$ 98 milhões repassados para Pernambuco, R$ 70 milhões foram destinados a obras de barragens em rios onde houve enchentes e transbordamentos que causaram fortes danos a cidades do estado em 2010.
“Quero aqui explicar que o Ministério da Integração ao tomar essa decisão dos R$ 70 milhões o fez com base em estudos feitos não somente dentro do ministério, mas também do grupo de acompanhamento do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Não havia dotação dentro do PAC para iniciarmos a obra dessas barragens, então o governo determinou que se utilizassem os recursos da defesa civil para que as obras fossem licitadas. Foi uma decisão embasada em apontamentos técnicos”, declarou Bezerra.
Por fim, o ministro negou que tenha favorecido seu filho, deputado Fernando Coelho, na liberação de emendas parlamentares por seu ministério. Segundo ele, a liberação também obedeceu a critérios técnicos e beneficiou 138 dos 221 parlamentares que apresentaram emendas. “E não é correto afirmar que apenas um teve 100% empenhado. Foram 54 os que tiveram 100% dos recursos empenhados”.
A comissão representativa do Congresso Nacional, que atua durante o recesso parlamentar para deliberar quando deputados e senadores estão ausentes, foi convocada pelo presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP) a pedido do próprio ministro. Bezerra pediu para ser ouvido pela comissão quando as denúncias sobre sua atuação à frente do Ministério da Integração Nacional começaram a ser veiculadas pela imprensa.