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Bertone diz que havia "rede de corvos e víboras" contra ele

O ainda Secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, que será substituído, disse que acusações contra ele foram feitas por "uma rede de corvos e víboras"

Papa Francisco (e), com Secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone: "foram feitas muitas acusações sobre mim", disse Bertone (Giampiero Sposito/Reuters)

Papa Francisco (e), com Secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone: "foram feitas muitas acusações sobre mim", disse Bertone (Giampiero Sposito/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2013 às 08h56.

Cidade do Vaticano - O ainda Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, que será substituído em outubro, considerou como "positivo" o balanço dos sete anos em que esteve no cargo, apesar das "acusações" feitas contra ele por "uma rede de corvos e víboras", divulgou nesta segunda-feira a imprensa italiana.

Bertone fez essas declarações ontem na saída de uma cerimônia religiosa em Siracusa, na ilha italiana da Sicília, depois que o papa Francisco decidiu, no último sábado, substituí-lo pelo atual núncio da Venezuela, o italiano Pietro Parolin.

"O balanço desses anos eu vejo como positivo. Naturalmente houve muitos problemas, especialmente nos últimos dois anos. Foram feitas muitas acusações sobre mim. Uma rede de corvos e víboras. Mas isso não deveria obscurecer o que considero como um balanço positivo", disse.

Bertone, de 78 anos, foi atingido pelo escândalo do vazamento dos documentos vaticanos (o chamado Vatileaks), nos quais era acusado de má gestão e de abuso de poder.

Seu nome aparecia em cartas como as enviadas pelo núncio nos EUA e ex-secretário-geral do Governatorato da Cidade do Vaticano (Governo que administra este Estado), Carlo Maria Viganó, nas quais tentava advertir Bento XVI sobre a "corrupção, prevaricação e má gestão" na administração vaticana.

Bento XVI já tinha rejeitado uma primeira renúncia de Bertone por motivos de idade em 2009, explicando que não queria "renunciar à valiosa colaboração" do cardeal, e após o escândalo também voltou a demonstrar sua confiança no secretário.

O Secretário de Estado, que deixará seu cargo no dia 15 de outubro, admitiu que "cometeu erros" nesses anos, mas assegurou ter "dado o máximo de si" e que não se pode afirmar "que não tentou servir à Igreja".

Bertone acrescentou que "o Secretário de Estado é o primeiro colaborador do papa e é um executor leal e fiel dos deveres que lhe são confiados" e assim o foi e seguirá sendo.

Explicou, além disso, que na Secretaria de Estado é feito um "trabalho em equipe", que está formada por cinco pessoas que se consideram "um bom grupo, muito unido".

O papa Francisco escolheu como seu novo braço direito um homem com uma grande bagagem diplomática, que desde 2009 era núncio da Venezuela e que conhece perfeitamente como funciona a Cúria Romana, pois de 2002 a 2009 foi subsecretário da Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado.

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