Mundo

Bernanke mantém silêncio sobre possíveis medidas do Fed

Ben Bernanke fará duas reuniões em setembro para discutir política monetária adicional

Bernanke: "É claro que a recuperação após a crise tem sido muito menos robusta que nós esperávamos" (Mario Tama/Getty Images)

Bernanke: "É claro que a recuperação após a crise tem sido muito menos robusta que nós esperávamos" (Mario Tama/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2011 às 12h55.

Jackson Hole - O chairman do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke, não sinalizou mais medidas para estimular o crescimento dos Estados Unidos, mas disse que é crucial para a saúde da economia reduzir o desemprego.

Bernanke disse que a autoridade monetária reduziu as previsões para o crescimento econômico dos Estados Unidos, e deixou claro que o foco da política monetária ainda é induzir uma recuperação mais forte, mas não deu detalhes sobre as medidas que o Fed poderia tomar.

"É claro que a recuperação após a crise tem sido muito menos robusta que nós esperávamos", disse ele em comentários preparados para o discurso anual do Fed.

A fala parece ter decepcionado alguns profissionais do mercado, que esperavam que o chairman do Fed fizesse um pronunciamento mais claro sobre a possibilidade de mais afrouxamento monetário.

"Os fundamentos para o crescimento dos Estados Unidos não parecem ter sido permanentemente alterados pelos choques dos últimos quatro anos", disse Bernanke.

"A melhora da economia levará tempo e pode haver obstáculos no caminho", acrescentou. "Porém, ... o processo de melhora não deve deixar grandes cicatrizes."

Embora tenha expressado otimismo sobre o longo prazo, Bernanke afirmou que o Fed considera perturbadores alguns acontecimentos recentes, e disse que a autoridade monetária ampliará de um para dois dias a duração da reunião de setembro, para melhor avaliar suas opções.

"O estresse financeiro tem sido, e continua sendo, um peso significativo sobre a recuperação, tanto aqui como no exterior", disse ele. "É difícil julgar quanto esses desenvolvimentos afetaram a atividade econômica até agora, mas parece haver pouca dúvida de que eles prejudicaram a confiança do consumidor e do empresário e que eles impõem riscos ao crescimento econômico atual."


No começo deste mês, o Fed informou que expera manter o juro básico dos Estados Unidos de zero por ao menos dois anos e que estava avaliando outras medidas para incentivar o crescimento.

Alguns investidores esperavam que o banco central --que já comprou 2,3 trilhões de dólares em bônus-- iniciaria uma nova rodada de compra de ativos, embora muitos analistas previssem medidas mais modestas, como ampliar o vencimento dos ativos do Fed.

Bernanke simplesmente reiterou as expressões usadas no último comunicado do Fed, de que o banco central está examinando suas opções e que está preparado para agir se preciso.

"A política monetária precisa responder às mudanças na economia e, em particular, às perspectivas de crescimento e inflação" disse ele, repetindo a opinião do Fed de que o alívio da alta das commodities deve pôr a inflação em linha com a meta de 2 por cento.

Acompanhe tudo sobre:Ben BernankeDesempregoEconomistasEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemMercado financeiroPaíses ricosPersonalidadesPolítica monetária

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'