Berlusconi é investigado em três processos (Giorgio Cosulich/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2011 às 14h20.
Roma - O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi compareceu nesta terça-feira ao Tribunal de Milão em um dos três julgamentos pendentes, em seu primeiro comparecimento na Corte milanesa após apresentar sua demissão.
O empresário, quem apresentou sua renúncia em 12 de novembro ao presidente da República, Giorgio Napolitano, não falou com a imprensa que o aguardava na chegada ao Palácio de Justiça de Milão, onde assistiu a uma nova audiência do julgamento Mediaset, no qual é julgado por suposta fraude fiscal.
Como informou a imprensa italiana, Berlusconi se limitou a saudar as duas seguidoras que tinham ido ao Palácio de Justiça para mostrar seu apoio e entrou rapidamente na sala para acompanhar o desenvolvimento da audiência.
O Tribunal de Milão julga o caso sobre a compra e venda dos direitos de transmissão de filmes americanos por parte da Mediaset (o grupo audiovisual de Berlusconi) sob a suspeita de superfaturamento do preço real dos direitos para evadir dinheiro ao fisco e desviá-lo para contas no exterior.
O julgamento Mediaset foi retomado em 28 de fevereiro, após meses suspenso à espera do pronunciamento da Corte Constitucional sobre o último escudo judicial de Berlusconi como chefe do Governo, a chamada lei do 'legítimo impedimento' que foi parcialmente invalidada.
Dado que deixou de fazer parte do Governo italiano, Berlusconi já não poderá beneficiar-se do 'legítimo impedimento' para se ausentar das audiências dos processos que tem pendentes no Tribunal de Milão com base em compromissos de agenda.
Mediaset é um dos três julgamentos que Berlusconi tem abertos no mesmo tribunal, junto ao processo pelo caso Mills (corrupção em ato judicial) e o de Ruby, neste último o julgamento é pelo suposto abuso de poder e incitação à prostituição de menores.
Durante a audiência desta terça, os julgamentos declararam prescritos os crimes de lavagem de capital supostamente cometido em 1994 pelo banqueiro Paolo del Bue e o britânico David Mills, o ex-advogado de Berlusconi.