Mundo

Berlusconi pensou em renúncia ao saber dos ataques ao 'amigo' Kadafi

Premiê italiano se considerava amigo do ditador e disse que teve dificuldade em dormir quando decidiu apoiar o ataque à Líbia

Kadafi e Berlusconi: amigos em lados opostos (Giorgio Cosulich/Getty Images)

Kadafi e Berlusconi: amigos em lados opostos (Giorgio Cosulich/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2011 às 17h14.

Roma - O presidente do Governo italiano, Silvio Berlusconi, revelou nesta sexta-feira que pensou em renunciar ao cargo quando soube da intenção de atacar o ditador líbio Muammar Kadafi, a quem considerava ser um "amigo".

Durante um evento organizado pelos jovens de seu partido, Povo da Liberdade (PDL), Berlusconi explicou que antes da cúpula de Paris, onde se decidiu bombardear a Líbia, pensou seriamente em apresentar seu pedido de renúncia.

"Para mim, a amizade é um dos valores mais importantes e Kadafi me considerava um amigo. Por isso sofri a noite toda antes de viajar para Paris e, inclusive, pensei até em renunciar para ser fiel à relação de amizade com Kadafi", acrescentou.

"Tive que tomar a decisão assumida pelos chefes de Estado e Parlamento", acrescentou Berlusconi, dizendo que seus colaboradores insistiram muito para ele não apresentar sua renúncia.

Berlusconi esclareceu que, quando beijou a mão do então líder da Líbia em um de seus encontros, o gesto não foi "por submissão, mas por educação, visto que isso é normal na cultura do país".

O primeiro-ministro italiano assegurou que seu Governo "não se equivocou" nem na política anterior ao ataque, quando assinou acordos de amizade com o líder líbio, nem depois quando foi decidido bombardeá-lo.

Para completar, Berlusconi acrescentou que a intervenção militar contra Kadafi foi necessária, já que o ditador respondeu de maneira "inaceitável" às manifestações da oposição, disparando contra o povo "desarmado".

"Quando ele foi atacado me senti muito mal", disse Berlusconi, afirmando que foi o único dirigente internacional retratado em imensos cartazes nas ruas de Trípoli dando a mão a Kadafi.

Acompanhe tudo sobre:DiplomaciaMuammar KadafiPersonalidadesPolíticosSilvio Berlusconi

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo