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Berlusconi obtém a confiança da Câmara dos Deputados

Berlusconi, que superou mais de 50 moções de confiança em três anos e meio de governo, conquistou 316 votos a favor contra 301 contrários, confirmando-se em seu cargo

Silvio Berlusconi defendeu sua administração na quinta-feira, afirmando que não há alternativa a seu governo no período de crise (Andreas Solaro/AFP)

Silvio Berlusconi defendeu sua administração na quinta-feira, afirmando que não há alternativa a seu governo no período de crise (Andreas Solaro/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2011 às 10h42.

Roma - O chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi, obteve nesta sexta-feira a confiança da Câmara dos Deputados, após perder a maioria na terça-feira durante a votação das contas do Estado, evitando a realização de eleições antecipadas.

Berlusconi, que superou mais de 50 moções de confiança em três anos e meio de governo, conquistou 316 votos a favor contra 301 contrários, confirmando-se em seu cargo de primeiro-ministro.

A votação aconteceu num clima tenso e de incerteza devido à ausência de 50 parlamentares em missão de trabalho no exterior e pela decisão da oposição, que não participou na primeira chamada para votar.

Segundo os regulamentos, deviam participar a metade mais um, caso contrário a votação deveria ser anulada.

As várias correntes internas da coalizão governamental conservadora garantiram seu voto a Berlusconi, que superou a moção de confiança do parlamento com uma dezena de votos a mais em relação à última votação feita em dezembro.

A votação não deve ser ratificada sucessivamente pelo Senado.

Silvio Berlusconi defendeu sua administração na quinta-feira, afirmando que não há alternativa a seu governo no período de crise.

"No plano político não há alternativa a este governo", afirmou em um discurso de 15 minutos, durante o qual os deputados da oposição optaram por abandonar o Parlamento.

A maioria reunida ao redor do PDL, partido de Berlusconi, e da Liga do Norte de Umberto Bossi estava dividida a respeito de vários temas, como o plano de austeridade e a eleição do futuro presidente do Banco da Itália.

Além disso, a coalizão de governo também sofreu com a queda da popularidade de Berlusconi, que está no menor índice histórico (24% em setembro), causada pelos escândalos sexuais e judiciais, além da estagnação econômica e social que atravessa o país.

Nas palavras de Berlusconi, o governo tem uma "maioria politicamente unida".

O premier disse ainda que a derrota da direita em uma votação na terça-feira no Parlamento "não passou de um incidente técnico, certamente grave, mas sem consequência política".

Durante o discurso, Berlusconi não manifestou nenhum compromisso preciso.

O clima é de protesto na Itália, com os "indignados" italianos organizando manifestações em Roma, Milão, Florença, Bolonha, Ancona e Nápoles.

Para o sábado, uma marcha nacional foi convocada em Roma, cidade que está sob forte esquema de segurança, pelo medo de desordens.

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