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Berlusconi não suspende julgamento sobre escândalo sexual

No entanto, os juízes permitiram que a principal testemunha do caso, uma prostituta, não depusesse em tribunal aberto

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2013 às 14h28.

Milão - Juízes de Milão rejeitaram nesta segunda-feira um pedido do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi para suspender seu julgamento por um escândalo sexual até depois das eleições do próximo mês, mas permitiram que a principal testemunha do caso, uma prostituta, não depusesse em tribunal aberto.

Os três juízes rejeitaram o argumento dos advogados de Berlusconi de que seus compromissos como chefe da coalizão de centro-direita na eleição de 24 e 25 de fevereiro significavam que ele não teria tempo para comparecer ao julgamento.

Berlusconi está sendo acusado de pagar por sexo com uma menor, e nega todas as acusações. A última sessão do julgamento está marcada para 4 de fevereiro, significando que um veredicto pode ser dado antes das eleições.

A dançarina de boate no centro do caso, a marroquina Karima El Mahroug, de 20 anos, mais conhecida por seu nome artístico "Ruby, a ladra de corações", fez uma breve aparição no tribunal, usando uma minissaia branca, sorrindo e aparentemente relaxada.

Ela foi embora logo depois, quando o juiz Giulia Turri disse que as declarações já feitas aos magistrados seriam provas suficientes e que ela não teria que testemunhar em um tribunal aberto.

Com a campanha eleitoral, a audiência reviveu memórias do escândalo sexual "Bunga Bunga", que pairou sobre os últimos meses de Berlusconi no gabinete antes de ele renunciar em novembro de 2011, no auge da crise da dívida da zona do euro.


O bilionário da mídia, de 76 anos, é acusado de ter pago para fazer sexo com Mahroug quando ela tinha menos de 18 anos, o que é crime na Itália, e de ter abusado de seu posto para que ela fosse libertada da custódia policial em um incidente de furto separado.

A ex-foragida era supostamente uma das principais participantes de uma série de festas promovidas por Berlusconi perto de Milão, onde várias jovens relataram shows de striptease.

Mahroug deveria ter testemunhado em dezembro, mas não apareceu, dizendo a seu advogado que estava de férias no México. A promotoria disse que isso foi uma tática para tentar adiar um veredicto.

Niccolo Ghedini, integrante da equipe jurídica de Berlusconi, argumentou que a campanha eleitoral e o interesse que a acompanha significavam que o julgamento deveria ser suspenso.

Mas Turri e outros dois juízes rejeitaram esse argumento, dizendo que o envolvimento na atividade política não constituía em si uma razão para suspender o julgamento.

"Com essa decisão, a Justiça está intervindo de forma muito pesada na campanha eleitoral", disse Ghedini depois da decisão. "É certo que um veredicto sairá antes das eleições; essa é a intenção dos magistrados".

O próprio Berlusconi não esteve presente no tribunal, embora os juízes tivessem rejeitado a alegação de seus advogados de que ele não pôde comparecer porque tinha que participar de um encontro político em Roma. Não ficou claro se ele seria sancionado pela ausência.

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