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Berlusconi enfrenta revolta por forçar votação contra premiê

Políticos de centro-direita fizeram um apelo a deputados para que desafiem as ordens do bilionário magnata e deem apoio a Enrico Letta


	Silvio Berlusconi: ex-primeiro-ministro retirou da coalizão de governo os ministros de seu partido, e pediu a realização de novas eleições
 (Stefano Rellandini/Reuters)

Silvio Berlusconi: ex-primeiro-ministro retirou da coalizão de governo os ministros de seu partido, e pediu a realização de novas eleições (Stefano Rellandini/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2013 às 19h28.

Roma - Políticos importantes no movimento de centro-direita fizeram nesta terça-feira um apelo a deputados para que desafiem as ordens do bilionário magnata Silvio Berlusconi e deem apoio ao primeiro-ministro Enrico Letta na votação de uma moção de confiança em seu governo, prevista para quarta-feira.

O partido Povo da Liberdade (PDL), de Berlusconi, se dividiu depois que ele retirou da coalizão de governo os ministros da legenda, no fim de semana, e pediu a realização de novas eleições, num momento de crescente tensão por causa de sua condenação na Justiça por fraude fiscal.

As divisões entre linhas-duras e moderados se ampliaram drasticamente à medida que cresceu a oposição ao chamado de Berlusconi para a derrubada da coalizão de governo de Letta, cinco meses depois de ter sido formada, após a eleição parlamentar de fevereiro, que resultou em impasse político.

A Itália, terceira maior economia da zona do euro, tem estado em meio à turbulência política na última semana, e mesmo que a coalizão de Letta sobreviva à moção, não há nenhuma certeza de que seu governo será forte o suficiente para promulgar reformas efetivas, capazes de combater a maior recessão do pós-guerra no país.

No entanto, o rompimento da unidade no partido de Berlusconi é um divisor de águas para um homem que tem sido o líder incontestável da centro-direita da Itália há duas décadas e abre um novo capítulo imprevisível na política italiana.

O secretário do partido e ministro do Interior, Angelino Alfano, e o ministro dos Transportes, Maurizio Lupi, que entregaram sua renúncia no sábado, cumprindo as ordens de Berlusconi, pediram que o partido apoie Letta na votação prevista para quarta-feira no Senado.

"Eu permaneço firmemente convencido de que nosso partido inteiro deveria apoiar Letta em um voto de confiança", disse Alfano a repórteres.

Letta recusou nesta terça-feira a saída de Alfano e Lupi e de três outros ministros do PDL, um sinal de que ele valoriza seu apoio público.

Berlusconi parece ter confirmado uma divisão no partido ao decidir, depois de uma reunião com conselheiros, que pedirá aos deputados que retirem o apoio a Letta na quarta-feira, segundo declarou o editor chefe do jornal do partido, Alessandro Sallusti, à TV estatal RAI.

Fontes no centro-esquerdista Partido Democrático, de Letta, disseram que ele ainda não decidiu se pedirá na quarta-feira um voto de confiança ao Parlamento.

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