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Berlusconi diz que renunciará após aprovar Orçamento

O premiê, de 75 anos, deixará o cargo logo que o Parlamento aprovar reformas urgentes exigidas pelos líderes da zona do euro

A oposição também está preparando uma moção de não confiança para o premiê italiano (David Ramos/Getty Images)

A oposição também está preparando uma moção de não confiança para o premiê italiano (David Ramos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2011 às 17h15.

Roma - O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse nesta terça-feira que vai renunciar após a aprovação da nova lei orçamentária, confirmando informação já revelada pelo presidente do país, Giorgio Napolitano.

Mais cedo, Napolitano dissera após reunir-se com Berlusconi que o premiê, de 75 anos, deixará o cargo logo que o Parlamento aprovar reformas urgentes exigidas pelos líderes da zona do euro, que visam reduzir a enorme dívida da Itália e impulsionar o crescimento, agora estagnado.

As votações nas duas Casas do Parlamento devem ocorrer ainda neste mês.

O chefe de Estado disse por meio de comunicado que, após a renúncia de Berlusconi, realizará consultas sobre a formação de um novo governo.

Berlusconi havia "demonstrado ao chefe de Estado sua compreensão das implicações da votação de hoje na Câmara dos Deputados", informou o comunicado.

O governo de Berlusconi venceu uma importante votação nesta terça-feira sobre o Orçamento, mas somente porque a oposição se absteve. O premiê obteve apenas 308 votos, menos que os 316 votos que representam a maioria absoluta na Câmara dos Deputados.

O líder do principal partido de oposição (PD), Pier Luigi Bersani, imediatamente pediu a saída de Berlusconi, dizendo que a Itália corre o risco real de perder acesso aos mercados financeiros depois que os rendimentos dos bônus governamentais se aproximaram da linha vermelha de 7 por cento.


"Eu peço com toda minha força que você, primeiro-ministro, finalmente leve em consideração a situação... e renuncie", declarou Bersani logo após a votação.

A economia da Itália é considerada grande mais para ser socorrida, e o país substituiu a Grécia no epicentro da crise da dívida soberana da zona do euro, com os rendimentos dos títulos do governo perto de níveis insustentáveis.

NA CORDA BAMBA Berlusconi, um extravagante magnata da mídia, tem estado na corda bamba há semanas, golpeado por uma série de escândalos sexuais, derrotas políticas e pela perda de confiança dos mercados internacionais.

Mas Berlusconi, que domina a política italiana há 17 anos, havia se recusado a demitir-se até a votação desta terça-feira.

A notícia de que Berlusconi finalmente concordou em renunciar foi divulgada com os mercados europeus fechados, mas teve um impacto positivo imediato sobre os mercados financeiros nos Estados Unidos. O euro subia frente ao dólar.

Mais cedo, Umberto Bossi, um importante aliado de Berlusconi na coalizão e presidente do partido Liga do Norte, pediu que o premiê renunciasse. Bossi disse que Berlusconi deveria ser substituído por Angelino Alfano, secretário do partido PDL.

"Nós pedimos que o primeiro-ministro renuncie", disse Bossi a jornalistas em frente ao Parlamento.

Berlusconi rejeitou pedidos de renúncia vindos de todos os lados antes da votação, desesperadamente tentando reconquistar um grupo de dissidentes no PDL. A votação mostrou que ele não foi capaz de amenizar a deserção.

A ação de Bossi e a votação parlamentar podem ser definitivos contra o premiê, enquanto alertas vermelhos piscam nos mercados de bônus diante da incapacidade da Itália.

Acredita-se que a Liga, junto com muitos membros do PDL, esteja querendo que Berlusconi abra caminho para um novo governo de centro-direita, capaz de combater a crise econômica e restaurar a confiança dos mercados sem passar o poder para um governo de transição.

A oposição de centro-esquerda disse que se absteve para evidenciar a fraqueza no apoio a Berlusconi, permitindo a aprovação de um projeto que é vital para o financiamento do governo.

Os rendimentos dos títulos da dívida da Itália subiram a níveis que estão causando profunda preocupação, por preocupações de que a terceira maior economia da zona do euro não possa cumprir seus compromissos.

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